Política

Jovem se destaca ao defender, em redes sociais, a educação e o zelo pelo dinheiro público

Miquéias da Silva Francisco, vem ganhando notoriedade ao relatar, em suas redes sociais, a insatisfação dos moradores da comunidade de Jardim Carapina

Miquéias da Silva Francisco, morador há vinte e oito anos do município da Serra, vem ganhando notoriedade no município ao relatar, em suas redes sociais, a insatisfação dos moradores da comunidade de Jardim Carapina em relação a áreas importantes como educação e infraestrutura e pedir esclarecimentos ao prefeito Audifax Barcelos a respeito da obra que está sendo feita na galeria que, segundo Miquéias, de acordo com o Portal da Transparência, a obra já foi paga na sua totalidade e agora estão sendo pagos mais R$ 900 mil para conclusão da mesma obra.
“Observo que a população da comunidade tem dois grandes problemas na educação. O primeiro é o ensino médio, que há anos a comunidade vem lutando para que os governos ofertem esse nível de ensino. A população já passa dos 30 mil habitantes, então, há demanda, e até hoje nada foi feito. Quando converso com as mulheres/mães, elas são as primeiras a frisarem essa necessidade. São vários jovens e adultos que saem do bairro para estudar em bairros vizinhos. Percorrem distâncias em horários perigosos, se expondo a todo tipo de violência. Temos escolas com ótima estrutura física, o Padre Gabriel e o João Paulo, são exemplos. O que falta é boa vontade e um modelo de gestão mais humanizado. Estamos falando de crianças, rapazes e moças que o poder público tem o dever de amparar e oferecer dignidade. Da forma como estão fazendo, estão condenando o futuro dos nossos jovens”.
Outra vergonha, segundo Miquéias, é a EMEF Espaço Alternativo. “É um prédio ‘adaptado’, as instalações são precárias, esgoto corre a céu aberto, em dias de chuva, os pais são obrigados a pegarem seus filhos porque alaga tudo. As condições são muito ruins, fica difícil uma criança se concentrar para estudar. A prefeitura paga aluguel por um prédio totalmente fora dos padrões exigidos pelo Conselho Estadual de Educação (CEE). Gostaria de saber o valor desse aluguel”, questiona.

Placa indicando o valor da obra que contorna o bairro Jardim Carapina (Foto: Reprodução)

“Nesta segunda (30), postei no meu Facebook uma coisa que me causou estranheza… muito suspeita. Trata-se da obra de drenagem, pavimentação, sinalização e calçamento da Av. Presidente Dutra, a famosa rua da Galeria. É uma avenida que corta o bairro, tem 1,5 km de extensão e em 2018 foi feita uma licitação para execução dessa obra e a empresa vencedora foi a Rocco Construtora e Incorporadora Ltda., que tem sede em Jardim Tropical, aqui no município. Ela iniciou essa obra de 1,5 km, foi pago pela obra contratada R$ 1,4 milhão, conforme constava na placa informativa, fala num ato de solenidade e no Portal da Transparência da Prefeitura. Eu e outros moradores acompanhamos o início da obra cobrando agilidade e qualidade no serviço e do material usado. Por termos acompanhado, sabemos com propriedade que a obra foi paga e o mais interessante é que, quando medimos a Avenida Presidente Dutra, constatamos que ela tem realmente 1,5 km de uma extensão de uma ponta à outra, mas a obra foi paralisada no cruzamento da Galeria com a Av. Castro Alves (Rua 11), foi feito apenas 1,1 km, ficaram faltando 400 metros”, explica.

EMEF Espaço Alternativo, local não tem infraestrutura para atender adequadamente às crianças (Foto: Divulgação)

“Depois de quase um ano de paralisação, o prefeito Audifax Barcelos volta a mexer na avenida com outra empresa de nome Mar & Sol Serviços de Construção Civil, com um custo adicional de R$ 900.700,00 para conclusão dos 400 metros restantes. É uma situação que levanta suspeita, haja visto que, a obra contratada de 1,5km, tenha sido paga no primeiro contrato”, disse Miquéias, acrescentando. “Aproveitando o espaço dado a mim pelo Fatos & Notícias, quero fazer três perguntas ao prefeito: por que a obra foi paralisada, já que tinha sida paga, conforme consta no Portal da Transparência? Se foi paga, e se a Rocca não cumpriu o contrato, por que ela continua ganhando licitações e prestando serviços ao município e, por último, por que a obra foi reiniciada com o valor adicional de quase R$ 1 milhão, já que tinha sido totalmente paga? Se o prefeito não der explicação, acionaremos o Ministério Público (MP). O dinheiro público tem que ser administrado com responsabilidade”, alerta.

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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