Pessoas que fogem do “status quo” são mais felizes, constata estudo
Segundo o pesquisador e economista Steven Levitt, da Universidade Oxford, as ações que alteram o estado atual são as que mais trazem felicidade a longo prazo
Realizar grandes mudanças na vida — como largar o emprego dos sonhos, voltar a estudar depois de anos de formado ou terminar um relacionamento duradouro — nunca é fácil, já que não é possível prever as consequências que virão.
No entanto, um estudo publicado na revista científica The Review of Economic Studies mostra que quem toma esse tipo de decisão — e desafia, assim, o chamado status quo — fica mais satisfeito e relata um aumento prolongado da felicidade.
Conduzida pelo economista Steven Levitt, da Universidade Oxford, na Inglaterra, a pesquisa envolveu o tradicional jogo de cara ou coroa. Levitt criou um site chamado Freakonomics Experiments, onde os participantes respondiam a perguntas como “Devo deixar meu emprego?”, “Devo me mudar?”, “Devo propor casamento?”, “Devo adotar?”.
Na etapa seguinte, os voluntários jogaram uma moeda para decidir se realizariam a ação ou se manteriam o status quo. O próximo passo foi sugerir nomes de outras pessoas que pudessem verificar os resultados ao longo do tempo. Todos receberam um questionário de acompanhamento após dois meses do jogo e um novo questionário depois de seis meses.
O economista constatou que, em dois meses, os participantes ainda eram favoráveis ao status quo, fazendo mudanças de vida com menos frequência do que eles previam antes do sorteio. No entanto, após seis meses, esse viés em relação ao status quo desapareceu. Além disso, aqueles que foram instruídos pelo jogo a mudar da posição atual eram mais propensos a realmente fazer a alteração. Eles declararam que eram “substancialmente mais felizes” e disseram que estavam mais propensos a tomar a mesma decisão se escolhessem novamente.
“Uma boa regra prática na tomada de decisões é que, sempre que você não puder decidir o que precisa fazer, escolha a ação que representa uma mudança em vez de continuar o status quo”, disse, em nota, o autor Steven Levitt.
Fonte: Revista Galileu