Ciência

Astrônomos encontram luz em região remota do espaço

Uma luz no fim do túnel, ou melhor, do espaço. Foi isso o que astrônomos encontraram ao usarem câmeras da sonda New Horizons para medir a luminosidade a uma distância de 6,4 bilhões de quilômetros do Sol, descobrindo que o universo tem o dobro da claridade que se imaginava.
Tod Lauer, integrante do Observatório Nacional de Astronomia Óptica e um dos autores do relatório publicado em novembro, revelou que o achado muda a ideia de escuridão absoluta no espaço. “Tem algo desconhecido lá fora”, diz o astrônomo.
As explicações vão da existência de grupos de estrelas ou galáxias muito fracas a buracos negros no centro de galáxias indistinguíveis, jogando energia extra no vazio. O cientista não descarta, todavia, a possibilidade de estar errado. “Talvez tenhamos ignorado uma fonte de luz ou um artefato na câmera. Isso é o que mais me preocupa”, diz.
No campo da especulação, há a possibilidade de o universo estar cheio de matéria obscura, em vez de matéria escura, como se supõe. Lauer, no entanto, afirma que prefere se ater à medição da luminosidade. “Enquanto observadores, oferecemos [a informação] para quem sabe o que fazer com ela”, disse.

Luz encontrada pelos astrônomos tem a mesma intensidade da estrela Sirius (Foto: Nasa/ESA)

No estudo, os astrônomos dizem ter encontrado dez nanowatts de luz por metro quadrado por esterradiano (uma medida de ângulo sólido) na região observada. Para efeito de comparação, Lauer afirma que seria a mesma intensidade gerada pela estrela Sirius, ou por uma geladeira aberta a 1,6 km de distância.
“Imagine estar deitado na sua cama com as cortinas abertas em uma noite sem luar. Talvez você esteja acordado, olhando para a parede. Quando Sirius aparece no horizonte ou seu vizinho abre a geladeira, poderíamos ver a claridade no quarto ficar um pouco mais intensa”, explica.
Foram medidas apenas luzes de comprimento de onda visível, sendo necessário o aumento por meio do uso de rádio, raio-x e infravermelho. Segundo o cientista, a chance de o cálculo estar errado é de uma em 3,5 milhões.

Fonte: Olhar Digital

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