Flertar em vez de se defender
Revelada função de ‘babados’ em crânio de dinossauro
Novo estudo revela que os dinossauros protoceratops usaram seus babados no crânio para flertar com companheiros potenciais e não para sua defesa, como antes se pensava. Os pesquisadores do Museu de História Natural de Londres estudaram o maior conjunto de dados 3D para um único tipo de dinossauro, o protoceratops, publicando posteriormente os resultados da pesquisa na revista científica Proceedings B.
A equipe analisou escaneamentos em 3D de crânios do protoceratops para conhecer mais sobre a evolução dos elaborados babados no pescoço do animal. Sendo do tamanho de uma grande ovelha, protoceratops foram espécies bastante comuns que habitaram o que agora é o deserto de Gobi, na Mongólia, entre aproximadamente 74 e 70 milhões de anos atrás.
Para o estudo, os cientistas escanearam em 3D 30 crânios completos da espécie, desde filhotes até adultos, o que os deixou comparar não apenas como as diferentes regiões variam, mas também como o crânio mudou sua forma conforme o crescimento.
Com isso, foi possível verificar se havia indícios de que as formas dos babados eram resultado da seleção sexual. Em seres vivos, certas características mostram um padrão distinto de crescimento, conhecido como alometria.
Quando a alometria é positiva, ou seja, há uma taxa maior de mudança no crescimento, em comparação a outras caraterísticas de animais, isto é quase sempre uma indicação sexualmente selecionada, como os chifres de um cervo.
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que os protoceratops desenvolveram babados em resultado da seleção sexual, quando certas características em animais são favorecidas por membros do sexo oposto e com o tempo podem se tornar mais elaboradas.
Hoje em dia, podemos observar os resultados de seleção sexual nas extraordinárias penas de pássaros ou nas elaboradas mandíbulas do besouro vaca-loura.
“Em muitos fósseis de animais há estruturas incomuns e características que não são vistas em animais existentes hoje”, disse um dos autores do estudo, Dr. Andrew Knapp.
A equipe concordou que estes babados do dinossauro evoluíram muito possivelmente graças à seleção sexual.
Apesar deste fato, não pode ser provado definitivamente que indivíduos de espécies extintas com caraterísticas particulares que atraíram a atenção do sexo oposto tivessem tido mais sucesso ou mais descendentes.
Por esta razão, os pesquisadores concluíram que os babados foram o resultado de “seleção sociosexual” mais generalizada, termo que engloba outro comportamento social como a defesa da comida ou território.
Foto de capa: ©CC BY-SA 4.0/AntoninJury/Protoceratops andrewsi
Fonte: Sputnik News Brasil