Após cobrança de Rose de Freitas, agricultores não serão prejudicados
Desde 2015 pequenos agricultores encontram dificuldades em honrar pagamentos relacionados ao crédito rural adquirido junto ao Banco do Brasil
Após cobrança da senadora Rose de Freitas (MDB-ES) no início de abril, representantes do Banco do Brasil (BB) no Espírito Santo se reuniram esta semana com prefeituras e agricultores de municípios atingidos pelas fortes chuvas de granizo e vendaval. O BB informou à assessoria da senadora que os prejuízos sofridos por conta das lavouras destruídas serão 100% cobertos por seguro do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), e o produtor não terá restrição de crédito junto ao banco.
Desde 2015, pequenos agricultores encontram dificuldades em honrar pagamentos relacionados ao crédito rural adquirido junto ao BB. Ao todo, 13 cidades foram fortemente atingidas por tempestades ao longo desse período: Alegre, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Guaçuí, Jerônimo Monteiro, Marechal Floriano, Mimoso do Sul, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha, São José do Calçado, Vargem Alta, Viana e Vila Valério.
Histórico e dificuldades
De acordo com agricultores capixabas, por conta das dificuldades sofridas desde 2015 e diante da falta de recursos para honrar os pagamentos do crédito rural, muitos produtores acabam vendendo suas propriedades. Um dos entraves é a margem reduzida para renovação dos contratos do crédito rural, o que obriga agricultores a vender parte de suas posses. Eles se queixam que os custos estão elevados, as safras seguintes à crise hídrica tiveram perdas por causa da temperatura e os preços não tiveram aumento significativo.
Cobrança
Diante da situação, no encontro remoto com a superintendência do BB no Espírito Santo no dia 6 de abril, a senadora Rose cobrou agilidade na busca de soluções e expôs o sofrimento vivido pelos agricultores familiares.
“As pessoas perderam a lavoura e não têm como pagar. É desesperador ver as pessoas que produzem no País nesta situação. A saída do Brasil está na agricultura”, afirmou.
Rose apontou ainda que “a inadimplência do homem do campo não acontece por displicência ou vício moral para fazer dívida”, e que “nessas últimas semanas eles vêm sofrendo muito com chuva e granizo”. Diante desse cenário, a senadora propôs que o BB analisasse as dívidas para solucionar o problema dos agricultores familiares.
“Estamos falando do pequeno produtor familiar que nos alimenta e, por causa de uma política de falta de diálogo, fica à margem do processo, como se nada estivesse fazendo pelo Brasil. O Banco do Brasil tem de ter uma política voltada para isso”, cobrou.
Solução
Imediatamente, o superintendente do BB no Estado, Sinvaldo Vieira, garantiu à senadora que tomaria as providências em reunião com as lideranças locais para resolver o problema.
“A senhora [senadora] tem toda a razão, o produtor tem de se preocupar em produzir e não pode ficar em filas de bancos. A gente vai providenciar reunião com as lideranças locais, com as cooperativas, para encontrarmos uma solução”, assegurou.
Já o gerente de mercado do agronegócio do BB no ES, Gustavo Silveira, ressaltou a necessidade de “trazer atitudes concretas” para resolver o impasse com os produtores. “Vou entrar em contato com as prefeituras, os agricultores, as cooperativas, para buscarmos um entendimento”, disse.