Economia

Energia eólica deve gerar 3,3 milhões de novos empregos

Estimativa para os próximos cinco anos inclui empregos diretos em energia eólica onshore e offshore

Uma nova análise do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) estima que a energia eólica deve gerar 3,3 milhões de novos empregos globalmente nos próximos cinco anos, graças à grande expansão do setor. A maioria destes empregos será criada em mercados eólicos de elevado crescimento, sendo que os principais hoje são China, EUA, Índia, Alemanha, Reino Unido, Brasil, França, Suécia, Espanha, África do Sul e Taiwan.
Este número inclui novos empregos diretos em energia eólica onshore e offshore, e cobre toda a cadeia de valor do setor: planejamento e desenvolvimento de projetos; fabricação; instalação; operação e manutenção (O&M); e descomissionamento.
Até 2020, existiam aproximadamente 550 mil postos de trabalho na indústria eólica na China, 260 mil no Brasil, 115 mil nos EUA e 63 mil na Índia, de acordo com uma pesquisa global realizada pela GWEC Market Intelligence. A nova previsão de criação de empregos é baseada em estudos globais da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) sobre a criação de empregos para projetos eólicos onshore e offshore em 2017 e 2018. Com 751 GW de capacidade de energia eólica já instalados, a indústria eólica gerou quase 1,2 milhão de empregos em todo o mundo até o momento, de acordo com a IRENA.

Parque Eólico de Guanambi (Foto: Paula Fróes/GOVBA)

A GWEC Market Intelligence prevê que um adicional de 470 GW de nova capacidade eólica onshore e offshore será instalada em todo o mundo entre 2021-2025. Com base nos cálculos de criação de empregos existentes, é possível estimar, segundo o GWEC, que esse aumento de capacidade suportará uma geração de 3,3 milhões de empregos sustentáveis e de longo prazo ao longo de 25 anos de vida útil dos projetos.

“A indústria eólica tem um forte histórico de criação de empregos de alta qualidade e de longo prazo, revitalizando comunidades por meio de uma série de oportunidades industriais”, afirma Ben Backwell, CEO do GWEC.

“Como o mundo ainda se recupera dos impactos econômicos da pandemia, os governos devem olhar para o setor eólico como uma indústria-chave para criar os empregos necessários não apenas para colocar as economias de volta no caminho certo”.
Backwell destaca que apesar das inegáveis evidências de que o vento e outros setores de energias renováveis oferecem significativamente mais benefícios econômicos e empregos, os pacotes de recuperação econômica em nível mundial ainda estão gastando 30 bilhões de dólares a mais em energias fósseis em comparação com fontes limpas.

“Cada dólar gasto em combustíveis fósseis em vez de energia limpa significa que perdemos empregos em potencial”.

“A transição energética terá que acelerar na próxima década para salvaguardar nossas chances de alcançar a neutralidade de carbono até meados do século”, enfatiza Joyce Lee, Chefe de Políticas e Projetos do GWEC.

(Foto: Jason Blackeye/Unsplash)

“A boa notícia é que a transição oferece empregos e ganhos econômicos, e os governos em todo o mundo podem aproveitar os benefícios socioeconômicos estabelecendo metas mais ambiciosas de energia renovável, racionalizando as licenças para projetos eólicos e construindo mercados de energia que incorporem os custos reais dos combustíveis fósseis”.
“A energia do vento está bem posicionada para ser o motor de uma transição justa, com ventos offshore em particular oferecendo uma resposta à ruptura do mercado de trabalho no setor de petróleo e gás offshore e engenharia naval”, acrescenta ela. “Os governos devem assegurar que as políticas de recuperação verde estejam em vigor para trazer os trabalhadores para uma transição justa e sustentável”.

Fonte: CicloVivo

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