Ciência

“Parente perdido” do tricerátops é encontrado na casa de fundador da CNN

Ilustração digital mostra como seria o sierracerátops quando vivo: os chifres pequenos e seu comprimento o colocam em uma posição abaixo do tricerátops comum

Cientistas concluíram a análise de um fóssil de dinossauro — um parente perdido do tricerátops — encontrado há mais de 20 anos no rancho de Ted Turner, fundador da emissora americana CNN, no Novo México. A nova espécie foi chamada de “Sierraceratops turneri” e o animal era vivo há cerca de 72 milhões de anos.
O nome levou em consideração três fatores: o primeiro refere-se à região onde o fóssil foi encontrado — condado de Sierra, no Novo México. O segundo faz menção ao sufixo “ceratops”, faz menção ao grupo do qual essa espécie pertence. Finalmente, o “turneri” é uma homenagem a Turner, que criou a Cable News Network em 1º de junho de 1980, em Atlanta.
O time de pesquisadores que recolheu os restos do animal fazem parte do Museu de Ciências e História Natural do Novo México, mas também incluiu o paleontólogo Nick Longrich, um doutor da Universidade de Bach, na Inglaterra — ele é quem assina o artigo publicado no jornal Cretaceous Research.
Durante muito tempo, pensava-se que o fóssil — basicamente, a maior parte do crânio e uma parte do esqueleto — tratava-se de um torossauro (muito parecido com o tricerátops, embora um pouquinho menor). Análises conduzidas ao longo das duas últimas décadas, porém, apontaram para diferenças demais, o que levou à conclusão de que se tratava de uma nova espécie.
A grosso modo, tais diferenças incluem: chifres menores, porém bem evidentes, bem como um osso que dava suporte ao pescoço do animal. Em comparação com seus dois primos distantes, o sierracerátops era consideravelmente menor, portando algo em torno de 4,5 metros de comprimento. Tal qual os parentes, porém, ele era um quadrúpede herbívoro que se alimentava de vegetação rasteira.
No que tange à sua linha do tempo, ele veio antes do tricerátops, antecipando-o em cerca de seis milhões de anos, o que o coloca no começo do fim do período cretáceo. Como era o caso da maioria dos herbívoros dotados de chifres, o sierracerátops também andava em amplos rebanhos a fim de não se ver sozinho contra predadores maiores.
A nova descoberta vem de um aumento nas atividades de paleontólogos, que começaram a se afastar de parques e sítios mais conhecidos pela presença de fósseis, em direção a áreas mais pobres de pesquisa. Com isso, novas espécies vêm sendo escavadas em diversos países: recentemente, nós falamos sobre dois novos espinossauros no Reino Unido e um novo anquilossauro.
“Esses eram animais imensos, e você poderia pensar que eles fossem mais espalhados”, disse o Dr. Nick Longrich. “Mas na verdade, não são as mesmas espécies vivendo em vários locais. Diferentes espécies provavelmente se adaptaram aos climas locais, plantas, predadores e doenças, o que lhes conferia uma vantagem em relação a invasores que viessem de fora”.
O especialista também aponta para uma virada climática de grande porte que denuncia como a Terra era diferente naquela época. Ele explica que a região onde o “primo perdido do tricerátops” viveu e morreu (Texas e outras áreas do sudoeste americano), consiste, hoje, de um deserto com vegetação rígida, mas no fim do cretáceo, a visão era de florestas densas e muita vegetação rasteira.

Fonte: Olhar Digital

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