Quase 50% das espécies de tartaruga no mundo estão ameaçadas, diz atlas
Das mais de 350 espécies detalhadas no estudo, 171 sofrem risco de extinção; principais motivos são perda do habitat e captura para consumo e comércio
Lançada no último dia 15 de novembro, a nona edição do atlas Turtles of the World (Tartarugas do Mundo, em tradução livre) traz números preocupantes quanto à conservação das tartarugas: quase 50% das espécies de todo o mundo estão ameaçadas de extinção. A publicação foi produzida por pesquisadores de Alemanha, Austrália, Estados Unidos e França e contém detalhes sobre as 357 espécies do réptil.
“Mas isso não é tudo”, diz Uwe Fritz, do Museu de História Natural Senckenberg, na Alemanha. “Na nova edição, também lançamos luz sobre o status de risco das tartarugas e comparamos sua faixa de distribuição original com sua distribuição atual”, acrescenta ele, em comunicado. Assim, os pesquisadores esperam trazer informações consistentes para estimular legislações e estratégias sólidas de conservação.
São ao menos 171 espécies consideradas ameaçadas, além de cinco que já foram extintas. A perda do habitat é apontada como uma das principais causas para o perigo. “Por exemplo, todas as grandes espécies de tartarugas asiáticas que originalmente ocorreram em estuários ou rios estão ameaçadas de extinção”, pontua o herpetologista. “Seus habitats estão se tornando cada vez mais restritos, seus ovos estão sendo caçados por humanos e, até hoje, os animais de grande porte ainda estão sendo abatidos por comida”, afirma Fritz.
As faixas em que vivem as tartarugas geométricas, na África do Sul, e a tartaruga-de-telhado-birmanesa e a tartaruga-estrela-birmanesa, em Mianmar, encolheram em pelo menos 90%. Na lista dos vertebrados que mais estão em risco crítico, as tartarugas só perdem para os primatas. “São números dramáticos que devem levar à proteção integral das tartarugas o mais rápido possível. Caso contrário, esses animais, que testemunharam a ascensão e queda dos dinossauros, serão perdidos para sempre”, alerta o pesquisador.
Fonte: Um Só Planeta