Após um século do naufrágio, barco “Endurance” foi localizado intacto na Antártica
O Endurance ficou preso no gelo marinho durante meses antes de afundar em 1915
Após um século de um dos naufrágios mais famosos da história, foram localizados destroços do barco “Endurance”, do explorador anglo-irlandês Ernest Shackleton, no Mar de Wedell, na Antártica. Conforme foi noticiado nesta quarta-feira (9), pelos líderes de uma expedição, o barco foi encontrado a uma profundidade de 3.008 metros, intacto e a seis quilômetros do local do naufrágio.
“Estamos impressionados com nossa sorte por conseguirmos localizar e captar imagens do ‘Endurance’”, disse Mensun Bound, diretor da missão de exploração. Segundo ele, o barco está “erguido no fundo do mar, intacto e em um estado de conservação fantástico” e completou que é o melhor barco de madeira naufragado que já viu. “Até se consegue ler o nome ‘Endurance’ inscrito num arco na popa”, acrescentou.
A expedição foi organizada pela Falklands Maritime Heritage Trust e incluiu quase 100 pessoas. O grupo saiu da Cidade do Cabo, na África do Sul, no dia 5 de fevereiro com o objetivo de encontrar os destroços. Além disso, a expedição de busca contou com tecnologia de ponta, com drones submarinos para explorar a área, a qual Shackleton descreveu como “a pior parte do pior mar do mundo” por conta das condições de gelo.
Em 1914, o explorador Ernest Shackleton embarcou no ‘Endurance’ para realizar a sua terceira viagem à Antártica e planeava atravessar a região, do Mar de Weddell ao Mar de Roos, via Polo Sul, em uma distância de 2.900 quilômetros. Porém, em 1915, o barco encalhou e afundou ao fim de 10 meses, esmagado pelo gelo.
O acontecimento se tornou histórico e lendário por causa das condições de sobrevivência da tripulação, ao todo eram 28 pessoas e todos sobreviveram. Eles acamparam durante meses, antes do gelo derreter e depois, Ernest Shackleton e seus companheiros foram em pequenas embarcações para a ilha Elefante, ao largo da Península Antártida.
Da ilha, o explorador e a sua equipa conseguiram viajar 1.300 quilômetros até à ilha de Geórgia do Sul, com o barco “James Caird” e retornaram com ajuda para resgatar toda e tripulação. Eles chegaram de volta ao seu destino 16 dias depois, no ano de 1916.
Fonte: Olhar Digital