Você sabe o que é EMPATIA?
Coluna — Na Minha Opinião
Recentemente a classe política reagiu com vigor a uma exposição pública de áudio encaminhado pelo deputado estadual por São Paulo, Arthur do Val, conhecido como “Mamãe Falei”, em grupo privado de WhatsApp, onde ele manifesta a percepção que teve em viagem à fronteira da Ucrânia, que está em Guerra com a Rússia.
Em razão da invasão russa à Ucrânia, sua população está sendo forçada a deixar o país, ocorrendo a separação das famílias, já que os homens ucranianos com idade entre 18 e 60 anos estão impedidos de deixar o país.
Alegando ter viajado para prestar ajuda humanitária ao povo ucraniano, Arthur do Val teceu comentários maldosos sobre as mulheres ucranianas, dizendo que elas são fáceis, porque são pobres. Para quem não conhece Arthur do Val, ele faz parte do Movimento Brasil Livre, que hoje mais se identifica como o Movimento do Kim Kataguiri, que se elegeu deputado federal com base na amplitude da exposição que o trabalho dele alcançou com as articulações que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O deputado federal Neucimar Fraga, este do Espírito Santo, para nossa tristeza, também demonstrou falta de sensibilidade e ausência de consideração pelo sofrimento do povo ucraniano, principalmente das mulheres, que estão sendo expostas a todo tipo de humilhação e constrangimento e, porque não dizer, com suas vidas sujeitas ao risco iminente da morte.
Num ambiente de guerra, onde pessoas estão morrendo como vítimas de balas e explosões, onde mulheres são violentadas, onde crianças e velhos não são preservados, alguém consegue olhar para esse cenário e ver beleza, e ver graça capaz de gerar piada de mal gosto. O comportamento das nobres autoridades é, no mínimo, desconfortável, gerando indignação em muita gente.
Existem situações do dia a dia onde as pessoas têm sua intimidade desnudada e, muitas vezes, acabam mostrando um lado obscuro e abjeto, que escondiam debaixo de sua vida social. Na intimidade alguns homens públicos têm mostrado que seus gestos não são dignos de serem alçados à condição de representantes do povo brasileiro.
O caso também acaba abrindo espaço para oportunistas de plantão, que abrem suas bocas para criticar as condutas indecorosas dos citados políticos, cabendo aqui o uso de um ditado popular muito difundido entre os matutos, que costumam dizer: “O macaco senta sobre o próprio rabo e critica o rabo do outro”.
Não precisamos ir longe para vermos exemplos de político que abandonou a esposa após o resultado das eleições, logo que descobriu ter sido agraciado com um mandato parlamentar. Outros, saem por aí anunciando em alto e bom tom que são defensores da família, enquanto há boatos de que as famílias deles não são preservadas e que os mesmos não vivem intensamente uma relação familiar estável.
Voltando ao foco principal de nosso texto, que é conceituar empatia, o dicionário virtual nos socorre para declarar que empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. É a capacidade de se identificar emocionalmente com o outro.
Nesse quesito, a nota é zero para as ilustres autoridades públicas que — a despeito de saberem que a população ucraniana está enfrentando uma Guerra, onde vidas estão sendo ceifadas, onde famílias estão sendo destruídas — e, as mulheres, certamente mães, esposas, filhas, irmãs, estão enfrentando o risco da morte durante todo o tempo, são vítimas de canalhices e manifestações machistas e aviltantes, como foi tornado público nos últimos dias.
Que DEUS tenha Piedade do povo ucraniano, que está sendo impedido de exercer a Liberdade e de escolher o seu próprio destino. Desejo que o mundo possa olhar para essa gente e ter consciência da dimensão dos danos que estão sofrendo, e que possam contar com a nossa condolência e respeito, pois é o que cada um de nós pode fazer com relação à Ucrânia.