Política

Lula e o petrolão — Parte 1

A propina girava em torno de três por cento sobre o valor total da obra. Para entendermos melhor, em um contrato avaliado em R$ 2 bilhões, seriam pagos 60 milhões (3%) a mais pela Estatal e, desse valor, 40 milhões ficavam com o Partido dos Trabalhadores (PT), o restante, era fatiado entre os operadores, políticos e partidos

Eis aqui uma pequena informação aos jovens eleitores que estarão votando pela primeira vez para presidente na próxima eleição e lembrando o fato àqueles que já viveram a experiência, mas que, por algum motivo, esqueceram um dos casos de corrupção da era petista que envolveu a Petróleo Brasileiro S.A (Petrobras), quando o Brasil era comandado pela dupla Lula e Dilma.
O Petrolão foi um esquema de corrupção, descoberto em 2005, após denúncias feitas pelo então deputado federal Roberto Jefferson. O projeto de corrupção sangrou em mais de R$ 18 bilhões a Petrobras, na era dos governos Lula e Dilma, com cobranças de propinas (subornos), lavagem de dinheiro, evasão de divisas com obras contratadas pela estatal para atender a sede por riqueza de diretores, executivos, políticos (deputados, senadores, governadores e prefeitos) e partidos apoiadores do governo como o Avante (antigo PTdoB), DEM, PCdoB, PDT, PMN, PPS, PR, PRB, PSB, PSD, PSDB, PSL, PTC, PDT, PSDB, Rede… e por aí vai.

Políticos envolvidos no escândalo do Petrolão (Foto: Reprodução)

As negociações dos contratos, sempre superfaturados, claro, ficavam por conta de diretores que, segundo um dos envolvidos, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, a propina girava em torno de três por cento sobre o valor total da obra. Para você compreender melhor, em um serviço contrato pela estatal avaliado em R$ 2 bilhões, eram pagos 60 milhões, ou seja, 3% a mais e, desse valor, 40 milhões ficavam com o Partido dos Trabalhadores (PT), o restante da pizza, era fracionado entre os operadores da negociação, entre os quais estavam Pedro Barusco e Renato Duque, para as negociações nacionais, e Nestor Cerveró e Jorge Zelada, para negociações internacionais.

Como dito, os políticos e partidos também se beneficiavam. Nomes conhecidos no atual cenário político como o de Renan Calheiros que — o mesmo que foi relator da CPI do Circo (CPI da Covid-19), em 2021, e agora no último dia 22, entrou com pedido no STF suspensão do decreto presidencial que concedeu graça ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) — na época foi acusado de receber propina em contratos da Transpetro. O de Fernando Collor de Melo, acusado de ter recebido propina num contrato da BR Distribuidora e dos petistas de carteirinha, Gleisi Hoffmann, acusada de receber R$ 1 milhão para sua campanha ao Senado em 2010 e Lindbergh Faria, acusado de receber R$ 2,68 milhões do esquema do petróleo e do doleiro Alberto Youssef, para compra de um helicóptero.
Como em todo esquema de corrupção, os empreiteiros (e as empresas) como Marcelo Odebrech e tantos outros, são peças-chaves para o sucesso da manobra… Mas esse assunto ficará para a parte 2.
Até lá!

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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