Meio ambiente

Recém-descobertas, espécies de peixes amazônicos já enfrentam “extinção iminente”

Espécies habitam águas localizadas na Floresta Amazônica. Para pesquisador, perder qualquer uma delas seria como “perder obras-primas de valor inestimável”

Duas espécies de peixes amazônicos que acabam de ser descobertas já estão ameaçadas de extinção devido ao desmatamento. Em um novo estudo, cientistas descreveram os peixes, que habitam águas localizadas na Floresta Amazônica a cerca de 40 quilômetros ao norte da cidade de Apuí, no Amazonas. No entanto, o desmatamento contínuo na região significa que esses peixes recém-descobertos já estão em “perigo iminente de extinção”.
Os pesquisadores, baseados no Brasil e nos Estados Unidos, detalharam suas novas descobertas em um artigo publicado na segunda-feira (16), no Zoological Journal of the Linnean Society.

“Foi emocionante encontrar novas espécies”, disse ao Daily Mail um dos autores do estudo, Murilo Pastana, pesquisador do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian em Washington, D.C., capital norte-americana. “Mas, no campo, vimos a floresta pegando fogo, caminhões madeireiros carregando árvores enormes e trechos desmatados transformados em pastagem de gado. Isso nos fez sentir muita urgência para documentar essas espécies e publicar este artigo o mais rápido possível”, garantiu ele.

Os peixes fazem parte de um grupo chamado Crenuchidae, conhecidos por seus movimentos rápidos. O estudo confirmou a ligação entre essas duas novas espécies intimamente relacionadas e seus parentes, elevando o número total de espécies em sua pequena subfamília (Crenuchinae) para cinco.
Esta é a primeira adição de uma nova espécie ao grupo em 57 anos. Um dos peixes recém-descritos, chamado Poecilocharax callipterus, tem um tamanho médio de pouco mais de 3,9 cm. É também a mais colorida das duas espécies, com barbatanas vermelho-alaranjadas vívidas e uma mancha escura distinta na frente de sua cauda. Os machos da espécie apresentam coloração ainda mais intensa e ostentam barbatanas dorsais que podem ultrapassar a metade do comprimento do corpo.

A segunda espécie nova, menor, foi chamada Poecilocharax rhizophilus. Mede apenas 2,95 cm de comprimento, por isso é oficialmente categorizado como uma espécie miniatura. Ambas as espécies são “como obras de arte” e perder qualquer uma delas seria como “perder obras-primas de valor inestimável”, disse Pastana.

Foto: Willian M. Ohara/Murilo Pastana/Reprodução

Fonte: Um Só Planeta

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