Educação

Assim como em outros países, professor brasileiro precisa se dedicar a uma escola

Especialista fala sobre equidade na educação e destaca a valorização da formação e carreira docente nesse processo durante seu painel na Bett Brasil

Professor com dedicação exclusiva a uma única escola para ter tempo de trabalhar de forma aprofundada suas atividades, incluindo o projeto de vida, é fundamental para a qualidade da educação no País. O problema é que a jornada docente ainda é exaustiva e desvalorizada. Vale lembrar que estudo do Instituto Península divulgado no início do ano mostrou que a carreira docente é pouca atrativa para os jovens.

“Precisamos esquecer de dar aula em quatro escolas”, alertou Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (Ceipe-FGV), Rio de Janeiro, e que também foi diretora global de educação do Banco Mundial, durante o painel Agenda 2030 para a educação, que aconteceu hoje, 10, no primeiro dia da Bett Brasil.

Cláudia Costin foi diretora global de educação do Banco Mundial (Foto: Bett Brasil)

Ela também criticou que a “formação docente é completamente desconectada da necessidade; a formação que foi feita no curso de medicina no século 19 precisa agora ser realizada na educação, como fez a Finlândia e, mais recentemente, o Chile”. A especialista defende um currículo escolar flexível, que promova a interdisciplinaridade e a colaboração, aspectos que as formações superiores ainda não abrangem com força.
Claudia resumiu que a Agenda 2030 da ONU busca assegurar uma educação equitativa, de qualidade, inclusiva e ao longo da vida para todos e todas. “A mudança [com a Agenda] é que estamos falando de acesso e também de conclusão”. Essa educação equitativa implica que todos devem ter o mesmo acesso, sem distinção. “Não é para ter educação para os mais pobres e outra para os mais ricos”.

“Até 2030, alunos devem obter conhecimentos e habilidades para promover sustentabilidade. Nunca foi tão urgente educar para a paz como o momento que hoje vivemos”, completou Cláudia Costin.

A diretora do Ceipe defendeu ainda que a educação precisa ser baseada em evidências científicas, no caso, abraçar pesquisas e estudos que apresentam o contexto do setor — principalmente se tratando de políticas públicas. Por falar em dados, a especialista lembrou que no último Pisa o Brasil é o segundo território mais desigual entre os 79 participantes.

Fonte: Revista Educação

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish