Meio ambiente

Empresa quer ressuscitar tigre-da-tasmânia, extinto desde 1930

Colossal reúne time especializado em genética e tem planos de criar ainda uma nova espécie de mamute para recuperar vegetação da tundra, no Ártico

A prática do rewilding, que consiste em restaurar biomas protegendo e reintroduzindo espécies nativas de animais e plantas, vem ganhando força como opção para a recuperação de ecossistemas, e também como opção para as cidades, quando jardins “mais selvagens” podem apoiar o fortalecimento de comunidades de abelhas, borboletas e outros polinizadores.
Um companhia americana planeja levar o conceito a outro patamar usando ciência genética: pesquisadores da Colossal afirmam que podem “desextinguir” espécies, como o tigre-da-tasmânia, um marsupial que se assemelha a um coiote, com listras pelo corpo. A espécie é também conhecida em português como lobo-da-tasmânia.

A razão para uma empreitada de tamanha ousadia seria restabelecer a biodiversidade na Oceania, lar tradicional dos marsupiais, em especial o território australiano. “Primos” mais agressivos dos cangurus, os tigres-da-tasmânia foram oficialmente extintos em 1930 devido à caça predatória, por serem carnívoros que se alimentavam das ovelhas de rebanhos, relata o jornal The Independent.
A ausência do animal deixou o ambiente vulnerável a espécies invasoras, que acabam gerando desequilíbrio biológico. A Colossal se coloca como uma empresa especialista na tecnologia CRISPR, que permite editar genes.

Em seu anúncio oficial, a companhia não deu maiores detalhes sobre como ou quando pretende realizar a tentativa de ressuscitar os tigres-da-tasmânia, mas o projeto terá uma equipe especializada e um laboratório dedicado a tilacinos, como se classificam estes animais, que está sendo construído em colaboração com a Universidade de Melbourne.


Andrew Pask, biólogo evolutivo marsupial e especialista no tigre-da-tasmânia, vai liderar o time. “A tecnologia e os principais aprendizados deste projeto também influenciarão a próxima geração de esforços de conservação de marsupiais. Além disso, reintroduzir tilacinos na paisagem pode reduzir significativamente a destruição deste habitat natural devido a espécies invasoras”, afirma o pesquisador.

A Colossal anteriormente já anunciou projeto semelhante, em que pretende recriar artificialmente os mamutes, extintos há 10 mil anos, para repovoar a tundra no continente Ártico. O plano é ter os primeiros embriões em até seis anos. Os mamutes tinham uma gestação de 22 meses e levavam 30 anos para atingirem a maturidade. O projeto já recebeu US$ 60 milhões (R$ 308 milhões) em investimentos.

Fonte: Um Só Planeta

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