Meio ambiente

Seca no Quênia está matando uma das zebras mais raras do mundo

Desde junho, 40 animais da espécie padeceram; taxa de morte de elefantes chega a ser 25 vezes maior do que o normal em setembro

O Quênia está passando pela sua pior seca em mais de quatro décadas. A falta de água afeta as colheitas, agravando o quadro de insegurança alimentar e deixando milhares de pessoas à beira da fome. Para além das mazelas sociais, a estiagem histórica ameaça a vida selvagem da região: em três meses, a seca matou quase 2% das zebras mais raras do mundo e 25 vezes mais elefantes do que o normal no mesmo período, segundo a agência Reuters.

As zebras-de-grevy são maiores que a zebra padrão de planícies e têm listras mais estreitas e orelhas mais largas. Restam apenas três mil no mundo, 2.500 das quais no Quênia. Desde junho, 40 animais da espécie padeceram.

Se perdermos 40 a cada três meses, o que isso significaria para a população restante?”, questionou Andrew Letura, oficial de monitoramento da organização Grevy’s Zebra Trust (GZT).

Buscando minimizar os efeitos da seca e desnutrição sobre os animais, a organização começou a alimentar as zebras com feno derramado sobre uma mistura de melaço, sal e cálcio. Outros mamíferos também sofrem.

Os guardas florestais contaram oito vezes mais animais mortos ou fracos demais para ficarem de pé, em comparação com um setembro normal”, disse Benson Leyian, executivo chefe da Big Life Foundation, que atua em áreas de conservação.

A taxa de morte de elefantes chega a ser 25 vezes maior do que o normal em setembro. A Save the Elephants, grupo conservacionista focado nos grandes mamíferos, observa que muitos dos elefantes mortos foram encontrados com perfurações por lanças ou armas de fogo, próximos a vilarejos, um indicativo de que a morte foi provocada após o avanço desses animais para áreas povoadas devido à seca.

Ainda segundo a agência, em algumas localidades turísticas, o fedor de carcaças de animais apodrecendo é tão forte que os visitantes começaram a usar máscaras de proteção. Em outras regiões, tem aumentado a caça de animais para alimentação de subsistência em meio à escassez de alimentos provocada pela seca e agravada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Fonte: Um Só Planeta

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