Escola no deserto indiano se mantém fresca mesmo no calor extremo
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Com material local e ventilação natural, projeto é capaz de baixar temperatura interna em até 13ºC sem o uso de energia elétrica
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Demorou, mas parece que o calor chegou para ficar. Com as altas temperaturas, vem a necessidade de refrescar ambientes internos sem gastar energia elétrica — um recurso caro e algumas vezes inacessível. Um exemplo, e inspiração, de como isso é possível é a Rajkumari Ratnavati Girls’ School, uma escola localizada na cidade de Jaisalmer, no norte da Índia. Sem o uso de ar-condicionado, com ventilação natural e arquitetura tradicional da região, a área interna da escola pode ficar até 13ºC mais baixa que a temperatura exterior.
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Conhecida pela variedade de construções em arenito amarelo, Jaisalmer ganhou o apelido de “A Cidade Dourada”. Outra característica bem conhecida do lugar são as altas temperaturas, que podem chegar a quase 50ºC no auge do verão.
Neste cenário que encontramos edifícios construídos para se adaptar ao calor, que serviram de referência para a arquiteta nova-iorquina Diana Kellogg, responsável pelo projeto da Rajkumari Ratnavati Girls’ School.
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A escola é destinada a meninas e mulheres em uma região onde a taxa de alfabetização feminina é a mais baixa da Índia. A escola foi construída pela Citta, uma organização sem fins lucrativos dos EUA que oferece apoio econômico e educacional a mulheres em regiões remotas e marginalizadas comunidades.
A escola de arenito ecológica foi premiada como “Edifício do Ano” de 2020 pela Architectural Digest India. Inaugurada em 2021, já tem 120 meninas matriculadas e é a primeira etapa de um projeto arquitetônico de três partes, que também incluirá um centro cooperativo feminino e um espaço para exposições.
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Resfriamento natural
Projetar um espaço de aprendizado confortável no deserto de Thar, onde as mudanças climáticas estão tornando os períodos de seca mais longos e intensos foi um grande desafio.
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Existem métodos para resfriar espaços que são usados há séculos. O que fiz foi colocá-los juntos em uma combinação que funcionou”, disse a arquiteta.
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Kellogg, que geralmente projeta projetos residenciais de alto padrão, foi motivada por uma viagem de 2014 a Jaisalmer e queria que o edifício simbolizasse a esperança e a resiliência do deserto, mesclando aspectos da arquitetura tradicional de Jaisalmer com um design moderno.
O material usado na estrutura foi o tradicional arenito de origem local — um material resiliente ao clima que é usado há muito tempo em construções na área.
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É tão abundante nesta área. É muito razoável no preço e os pedreiros extremamente talentosos fazem mágica com a pedra”, disse Kellogg. “Na verdade, mantém o calor do lado de fora e também mantém o frescor à noite”.
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Entre as técnicas tradicionais incorporadas ao projeto está o revestimento das paredes internas com reboco de cal, um material poroso e de resfriamento natural. Inspirada por outros edifícios da região, a arquiteta também instalou uma parede de jali — uma grade de arenito que permite que o vento acelere em um fenômeno chamado efeito venturi, resfriando o espaço do pátio e também fornecendo sombra do sol.
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Tetos altos e janelas liberam o calor crescente nas salas de aula, enquanto um dossel de painel solar fornece sombra e energia. A estrutura, que se inclina em relação aos ventos predominantes, tem uma forma elíptica, escolhida pela sua capacidade de captar e fazer circular o ar fresco, mas também pelas suas conotações simbólicas de feminilidade, condizentes com o propósito da construção.
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O ar-condicionado não é usado em nenhum lugar do edifício, não apenas por causa do impacto ambiental, mas porque não é comum na área. A escolha por mecanismos de resfriamento tradicionais e naturais com os quais as alunas estão familiarizadas também teve como objetivo criar um ambiente confortável e familiar para quem estuda lá, aumentando a sensação de bem-estar e confiança.
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Fonte: CicloVivo