Ciência

Foguete sul-coreano será lançado do Brasil com sistema de navegação 100% brasileiro

O foguete HANBIT-TLV, da empresa sul-coreana Innospace, chegou ao Brasil nos últimos dias e deverá ser lançado do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, ainda neste mês

Embora o lançamento do foguete sul-coreano não tenha data marcada, a Força Aérea Brasileira (FAB) publicou algumas curiosidades sobre a parceria entre a Aeronáutica do Brasil, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e a empresa sul-coreana.
Além do lançamento do foguete HANBIT-TLV, haverá o ensaio em voo da carga útil Sistema de Navegação Inercial (Sisnav), uma “operação que demonstra a capacidade nacional em desenvolver tecnologias espaciais e lançar foguetes”, diz a FAB.

O HANBIT-TLV será lançado do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, e fará um voo suborbital de até 85 km de altitude, voltará para a superfície da Terra e cairá em mar aberto. A logística da vinda do foguete custou cerca de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5 milhões) e levou mais de um ano para ser concretizada. O veículo da Innospace foi desmontado para o transporte e será montado, preparado e lançado em Alcântara.

O HANBIT-TLV é um lançador de satélites que mede 16,5 metros e pesa 8,4 toneladas. O foguete dispõe de um sistema patenteado de alimentação por bomba elétrica, além de tecnologia híbrida, ou seja, com propulsores à base de oxigênio líquido e uma mistura de parafinas.

O brasileiro Sisnav

É o início da parceria público-privada entre o Brasil e a Coreia (Foto: Pixabay/David Mark)

O veículo é equipado com a carga útil Sisnav, desenvolvida pelos militares e profissionais civis do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que é parte do DCTA. Trata-se de um projeto de sistema de navegação inercial.
O Sisnav é um experimento tecnológico brasileiro essencial para a navegação autônoma de foguetes, que permitirá ao Brasil um grande passo em direção à independência no desenvolvimento de veículos para lançamentos de satélites de todos os tipos.

No lançamento do foguete sul-coreano, será verificado se o Sisnav funciona corretamente em ambientes específicos, como de vibração, choque e alta temperatura, desde a decolagem até o voo transatmosférico. O Projeto Sisnav está inserido no Sistema de Navegação e Controle (Sisnac), previsto para o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) da FAB, focado em órbitas baixas. Antigamente os satélites eram maiores e, ao serem lançados, ficavam em órbitas altas durante longos períodos. A chegada dos voos em órbitas baixas revolucionou o mercado espacial.

Trata-se de um conceito que prioriza o lançamento de satélites menores e mais leves, planejados para órbitas mais baixas por períodos mais curtos, o que diminui a necessidade de grandes áreas e ainda permite o uso de foguetes menores para realizar a operação.

Foguete será lançado da base de Alcântara neste domingo

Estrutura do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, onde se situa a plataforma de lançamento de foguetes (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

O lançamento de um foguete na base do Centro de Lançamento de Alcântara, no litoral do Maranhão, marca o início da parceria público-privada para lançamentos de pequenos satélites entre o governo federal e a startup aeroespacial da Coreia do Sul.

O lançamento do primeiro foguete produzido pela empresa sul-coreana Innospace deve ocorrer no domingo (18). O foguete HANBIT-TLV, que não é tripulado e tem tecnologia de motor não tóxico e não explosivo, produzido pela Innospace, é um pequeno lançador de satélites. Será o primeiro voo teste do equipamento, produzido na Coreia do Sul.

Durante o lançamento, batizado de Operação Astrolábio, o foguete vai usar propulsores à base de oxigênio líquido e parafina. Seu sistema patenteado de alimentação de bomba elétrica vai levar como carga útil um Sistema de Navegação Inercial, desenvolvido por profissionais civis e militares do Instituto de Aeronáutica e Espaço do Brasil.
O voo previsto “é de teste” para verificar o desempenho do motor do HANBIT-TLV. O foguete não vai ultrapassar 100 quilômetros de altitude, não entrando em órbita, ou seja, ficará na categoria suborbital.

O contrato firmado entre os sul-coreanos e o governo brasileiro em 2022 tem duração de cinco anos e prevê que a partir do ano que vem outros foguetes possam ser lançados de Alcântara.
O Centro de Lançamento do município maranhense é considerado estratégico no mercado espacial por causa de sua proximidade, de apenas 17 minutos, em relação à Linha do Equador, fazendo com que os voos partindo de lá cheguem mais rápido ao espaço, resultando em economia de combustível, um dos principais gastos para a operação.

Fontes: Sputnik News Brasil/Agência Brasil

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