Comportamento & Equilíbrio

Como os bebês podem aprender sobre os sons em sua língua nativa?

Os bebês podem diferenciar a maioria dos sons logo após o nascimento e, com 1 ano de idade, tornam-se ouvintes específicos da língua do ambiente onde são criadas. Mas os pesquisadores ainda estão tentando entender como os bebês reconhecem quais dimensões acústicas de sua língua mãe são contrastantes, um termo linguístico que descreve as diferenças entre os sons da fala que podem alterar o significado das palavras. Por exemplo, em inglês, as letras b e d são contrastantes, porque mudar o B de “ball” para um D, o transforma em uma palavra diferente, “doll”.

Um artigo recente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) por dois linguistas computacionais afiliados à Universidade de Maryland oferece uma nova visão sobre este tópico, que é fundamental para uma melhor compreensão de como os bebês aprendem quais são os sons de sua língua nativa.

Sua pesquisa mostra que a capacidade de uma criança de interpretar as diferenças acústicas como contrastantes ou não contrastantes pode vir dos contextos em que ocorrem diferentes sons.

Por muito tempo, os pesquisadores acreditaram que haveria diferenças óbvias entre a forma como os sons contrastantes, como vogais curtas e longas em japonês, são pronunciados. No entanto, embora as pronúncias desses dois sons sejam diferentes na fala cuidadosa, a acústica geralmente é muito mais ambígua em ambientes mais naturais.

O novo estudo mostra que os bebês podem diferenciar sons acústicos com base em pistas de contexto, como sons vizinhos. Sua equipe testou sua teoria em dois estudos de caso com duas definições diferentes de contexto, comparando dados em japonês, holandês e francês.

Os pesquisadores coletaram falas que ocorreram em diferentes contextos e fizeram plotagens resumindo quais eram as durações das vogais em cada contexto. Em japonês, eles descobriram que esses gráficos de duração das vogais variavam distintamente em diferentes contextos, porque alguns contextos tinham mais vogais curtas, enquanto outros contextos tinham mais vogais longas. Em francês, esses gráficos de duração das vogais foram semelhantes em todos os contextos.

Segundo os autores, este estudo apresenta um relato convincente sobre como os bebês aprendem os contrastes de fala de sua língua e mostra que o sinal necessário está presente na fala naturalista, avançando na compreensão do aprendizado precoce da linguagem.

Fonte: Terra

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