Dormir menos de cinco horas aumenta risco de doenças para quem passou dos 50
Adultos acima dos 50 anos que dormem menos do que cinco horas têm mais risco de desenvolver várias doenças crônicas, mostra um novo estudo assinado por pesquisadores da Universidade de Paris e da University College London. Os autores avaliaram 7.864 pessoas durante 25 anos.
Sabe-se que a privação de sono está associada a uma maior probabilidade de desenvolver diversos distúrbios, mas ainda não existem dados suficientes sobre a chamada multimorbidade, quando vários deles ocorrem ao mesmo tempo.
Na pesquisa, os pesquisadores avaliaram condições como diabetes, câncer, doenças coronarianas e renais, Parkinson, depressão, entre outras. Eles constataram que indivíduos acima dos 50 anos que dormiam cinco horas ou menos tinham um risco 30% maior de ter mais de um problema crônico comparados aos que dormiam sete horas. Aos 60 anos, esse risco subiu para 32%; aos 70, para 40%.
Durante o sono o organismo se reequilibra. Na fase inicial, ocorrem vários processos, como redução da frequência cardíaca e respiratória, liberação de hormônios relacionados à saúde física e cognitiva, o controle da fome e da saciedade, além de haver uma diminuição da ativação cerebral.
É por isso que dormir mal aumenta o risco de ganho de peso e suas consequências, como doenças metabólicas e cardiovasculares, além de distúrbios como a apneia obstrutiva do sono.
Estudos também sugerem que o sono reduzido favorece o acúmulo de gordura nas artérias.
A falta de sono afeta o sistema imunológico e traz consequências cognitivas, como déficit de memória e dificuldade de concentração. Além disso, está associada à perda de massa muscular. Nos idosos, pode facilitar quedas pelo impacto no equilíbrio, além de aumentar o risco de doenças neurodegenerativas.
Quanto dormir?
Em geral, a recomendação é para dormir por pelo menos seis horas. No entanto, a necessidade varia com a idade. Na maioria dos adultos, esse tempo vai de sete a oito horas. Os idosos tendem a dormir menos, entre seis e sete horas, além de ser comum fazerem cochilos ao longo do dia.
Para uma boa higiene do sono
- Manter regularidade nos horários ao longo do dia, principalmente de dormir e acordar;
- Evitar contato com os eletrônicos próximo da hora de dormir. A melatonina, hormônio indutor do sono, tende a diminuir com a idade. Além disso, sua produção ocorre no escuro. Daí a importância de evitar estímulos luminosos no ambiente;
- Praticar alguma atividade física, em algum horário do dia que não comprometa o sono;
- Idosos devem prestar atenção se os cochilos diurnos estão comprometendo o sono noturno. De dia, eles não possuem a mesma qualidade e podem roubar horas do sono principal.
Fonte: UOL