Cannabis e fibromialgia, como fármaco pode ser eficaz contra a doença
Uso da planta medicinal traz alívio a quem enfrenta dor crônica
Doença de difícil diagnóstico, a fibromialgia já é considerada por alguns especialistas como a principal causadora de dores crônicas entre os brasileiros. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, ela se caracteriza por dor muscular generalizada e de longa duração, sem apresentar evidência de inflamação local.
A medicina ainda não compreende o motivo do desenvolvimento do quadro, principalmente o fato dele afetar em grande maioria as mulheres. O que se tem certeza, contudo, é que ela provoca graves interferências na qualidade de vida, com prejuízo ao sono, muito cansaço e alto potencial para levar à depressão e à ansiedade.
De tratamento complexo, o recurso terapêutico comumente indicado para fibromialgia é a utilização de analgésicos potentes à base de opiáceos. Esses fármacos causam dependência química, física e efeitos adversos ao fígado e ao intestino, onde são metabolizadas essas substâncias. Além disso, alterações mentais — como pesadelos, confusão e alucinações — náuseas e tontura também costumam ser relatadas entre os pacientes.
Uma alternativa que surge para quem sofre com a doença é o tratamento com canabinoides, substâncias naturais extraídas da planta cannabis sativa. Há muito se sabe dos benefícios do CBD — canabidiol, um dos componentes da planta, para tratamentos de dores crônicas, mas estudos mais recentes e casos clínicos comprovam que outro fitocanabinoide, o THC (tetrahidrocanabinol), tem se mostrado mais eficaz para este tipo de patologia.
O THC possui os mesmos efeitos analgésicos (ou até melhores do que os opiáceos), sem os danos relacionados.
Ela explica ainda que a interação de fitocanabinoides com o corpo humano se dá naturalmente.
A médica ressalta, no entanto, que os produtos à base de cannabis só devem ser usados sob prescrição. “Dosagens e demais orientações precisam ser determinadas pelo médico prescritor, responsável por manter um acompanhamento contínuo”, alerta. A especialista acrescenta também que, assim como acontece com os alopáticos, o uso dos produtos traz alívio, mas não se trata de uma cura. Não se tratando de uma condição fatal, a fibromialgia ainda demanda pesquisas para ser mais bem compreendida.
Fonte: Olhar Digital