População reclama do pó preto


Em função dos ventos nordeste e do baixo índice pluviométrico, nos últimos dias, aumentaram as reclamações da população sobre o “Pó Preto”. Atenta às reivindicações, a ONG Juntos SOS denunciou o ocorrido ao Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) através da denúncia 106/2023.
Nos últimos dias a quantidade de poeira sedimentável que está chegando às residências é muito superior aos números relatados pelo monitoramento de PS na Ilha do Boi — Hotel Senac (22/dez – 1,1) e (22/Nov – 1,1) e Clube Ítalo 2,4 e 1,6 g/m2 x 30 dias.

Por isso, foi solicitada fiscalização nas instalações das empresas ArcelorMittal e VALE para detectar prováveis problemas nos controles ambientais. O último andamento 13/02/2023 — denúncia encaminhada ao SETOR COEI (Encaminhamento 2023-Z6BBZZ) relata os danos causados pela poluição do ar provocados pelo material particulado como rinite, sinusite, bronquite, asma, doenças do sistema respiratório, câncer, uma vez que a poluição do ar acelera a perda óssea (osteoporose), doença cardiovascular, acidentes vasculares cerebrais, disposição a diabetes, prejuízo do desenvolvimento cognitivo em crianças, demência em idosos e agravamento da covid-19.

O presidente da Juntos SOS ES, Eraylton Moreschi, afirma que os responsáveis sabem que há uma saída para o problema. “Solução existe, com certeza, no Iema e nas empresas ArcelorMittal e VALE há técnicos muito mais competentes do que nós, eles conhecem muito bem suas plantas e sabem quais as soluções para combater suas emissões de materiais particulados e gases das fontes difusas e dos pontuais”, observou, concluindo que “desde 2007 no TCA da VALE, o nosso pedido principal aos Ministérios Públicos (MPs), ao Iema e a outros órgãos é pelo enclausuramento de todas as pilhas de estocagem de produtos e matérias-primas da ponta de Tubarão e dos sistemas de transporte destes. Desativação das Coquerias convencionais da Arcelor e manutenção preventiva dos sistemas em geral. Instalação de precipitadores eletrostáticos em série com filtros de manga”.



Para tanto, é preciso algumas prioridades como: Aprovação do Projeto de Lei no 494/2022, do deputado Fabrício Gandini, que estabelece Políticas, Normas e Diretrizes de Proteção da Qualidade do Ar Atmosférico no âmbito do Estado de Espírito Santo e dá outras providências como: Novo inventário de Fontes das empresas ArcelorMittal e VALE; Novos TACs com as empresas ArcelorMittal e VALE, em especial para tratar das emissões das fontes pontuais de materiais particulados e gases; Realização de novos estudos com o Núcleo de Qualidade do Ar — Ufes, objetivando a Caracterização e Quantificação das Partículas Sedimentadas atualizado; Implantação da Diretriz da Saúde Ambiental nos Planos de Gestão da Secretária Estadual de Saúde e Municipais, em especial da RMGV e Anchieta; Projeto Temático da fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) — impacto do pó preto nos ecossistemas da RMGV e Anchieta; Livro MATERIAL PARTICULADO NA ATMOSFERA URBANA E SUAS INTERAÇÕES COM A SAÚDE HUMANA 15/12/2023; Informes Gerais: IEMA testando na estação da Enseada do Sua, equipamento de monitoramento automático de PS, e em andamento melhorias da RAMQAr.
O ativista aproveita para chamar atenção das assinaturas dos TCAs 035 — VALE e o 036 — ARCELORMITTAL.

Nos manifestamos contra os mesmos, pois os TCAs são Políticas públicas e a sociedade não participou nas suas elaborações e outra que os TCAs não têm métricas para avaliar se as metas recomendadas pela Cetesb contribuíram com a melhoria da qualidade do ar na Região Metropolitana da Grande Vitória e questiona, como podemos constatar nos dados de monitoramento?”, questiona.