Cultura

Somos das Estrelas

Eu vejo estrelas em mim
Por toda parte, mas, há,
Também, muitos vácuos
E espaços vazios, buracos
Negros insondáveis e
Brechas inexploradas na
Constelação da minha
Alma viajora

Eu observo nuvens no
Meu céu zodiacal, algumas
Cinzas e outras carregadas,
Eu vejo também nuvens
Brancas em forma de anjo
E outras tipo algodão-doce

Eu vejo algas e ouriços no
Mar do meu espírito, vejo
Plásticos, lixo e poluição no
Oceano revolto da vida, ao
Mesmo tempo em que fito
Um belo recife e um coral
Lindo e multicolorido ao
Largo da costa

Eu vejo cobras e lagartos
Em meu deserto interior,
Mas sinto também muito
Calor e luminosidade ao
Meu derredor, além um de
Oásis fértil e maravilhoso

Eu vejo ervas na minha
Terra, pragas e joio no
Meu campo de trigo, eu
Vejo os espinhos na minha
Flor e sangue nas minhas
Mãos, mas, vejo também
Uma sementeira, além de
Raízes profundas da minha
Árvore existencial

Eu pressinto que haverão
Vermes no meu túmulo a
Me esperar e larvas no meu
Corpo físico quando a morte
Chegar, mas, também sei que
Haverá vida após a morte,
Alegria após o choro, que
Enfim, haverá paz, fé, amor,
Além de esperança e certeza
De reencontros e recomeços

Pois, não sei porque,
Mas intuo que somos das
Estrelas, pequenas partículas
E fragmentos da poeira cósmica
Universal, todos imersos no hálito
Divino, que todos procedemos
Das estrelas e, para lá, enfim, um
Dia retornaremos. Será?

Mário Vieira

Mário Vieira

Capixaba, casado, autor e advogado

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