Arq & Urb

Indústria brasileira enfoca a sustentabilidade no Salão do Móvel de Milão

As marcas nacionais apresentaram um amplo uso de matérias-primas naturais e recicláveis, processos de fabricação mais limpos e reaproveitamento de materiais

por Aline Melo

Como esperado, a sustentabilidade foi uma das principais pautas do Salão do Móvel de Milão em 2023. No ano em que a feira recebe a certificação ISO 20121, atestando sua preocupação e a adoção de estratégias sustentáveis na realização do evento, as empresas expositoras também demonstram maior preocupação com o meio ambiente, em especial, as marcas brasileiras.
Bem avançada nesta discussão, a indústria brasileira de mobiliário está entre as que mais apresentam certificações que comprovam práticas de sustentabilidade: cerca de 98% das empresas exportadoras têm ao menos um tipo de certificação. Além disso, nosso setor faz parte do Pacto Global da Organização das Nações Unidas e segue o Guia de Sustentabilidade.

A importância dada ao assunto é visível na curadoria de peças levadas ao Salone del Mobile e nos estandes do Brazilian Furniture, uma iniciativa da Abimóvel e da ApexBrasil. “A competitividade do mobiliário brasileiro está na criatividade dos seus designers, na riqueza em recursos materiais, bem como no trabalho artesanal aplicado às peças. Seja tratando das mais de 20 mil espécies de madeiras nativas, da lã, das fibras, das rochas, seja entre tantas outras matérias-primas”, afirma Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel.

A “Edge Desk” é parte da nova Coleção Timeless, da Ornare, feita de madeira maciça certificada (Foto: Ornare/Divulgação)

A coleção Timeless, lançada pela Ornare durante o Salão do Móvel, por exemplo, resgata o uso da madeira maciça certificada, um material renovável e biodegradável.

Estamos vivendo um período onde a sustentabilidade e a valorização do que é duradouro e atemporal se tornaram fundamentais. A nova coleção é uma resposta a esse novo contexto, com móveis feitos para durar, atravessar décadas e continuarem relevantes”, afirma Esther Schattan, sócia-fundadora da Ornare.

O uso de matérias-primas ecologicamente responsáveis também é uma prioridade da Modalle, que usa em sua indústria alumínio 100% reciclável, madeira teca de reflorestamento, fibra sintética moída, entre outros materiais coletados e ressignificados de maneira sustentável.

As marcas brasileiras também demonstram a busca por processos produtivos mais limpos, a fim de reduzir o impacto ambiental. A Cristais São Marcos, reconhecida pela técnica secular do vidro murano, agora é considerada uma empresa ecoeficiente pelo Instituto de Pesquisa e Consultoria de Estudos Avançados Tecnológicos. Isso significa que ela é capaz de produzir e entregar mercadorias competitivas sem consumir de maneira exagerada os recursos naturais ou poluir o meio ambiente.

Moodboards da By Kamy reúnem diferentes selos, incluindo parcerias com grandes nomes, como Tarsila do Amaral e Henning Kunow (Foto: Casa e Jardim/Divulgação)

Minimizar o desperdício é outra abordagem sustentável muito explorada no Salão do Móvel. Um ótimo exemplo vem dos moodboards criados pela By Kamy, que reúnem as três vertentes criativas da marca: by Kamy Arte, Studio by Kamy e by Kamy Verde. Este último selo indica que os tapetes e as tapeçarias assinados por designers renomados são produzidos a partir de fragmentos e sobras de outras peças, reinterpretados em itens únicos.

Fonte: Um Só Planeta

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish