Compartilhar histórias felizes aumenta a sensação de proximidade
Estudo aponta que boa contação de histórias pode sincronizar a atividade cerebral entre o falante e o ouvinte
Por Marcia Sousa
Quem não gosta de ouvir boas histórias? Sentar, conversar, dar risada. Ainda que a vida seja repleta de percalços, sempre é tempo de buscar e prezar pelos momentos agradáveis. De acordo com um estudo da East China Normal University, uma boa contação de histórias pode sincronizar a atividade cerebral entre o falante e o ouvinte, aumentando os sentimentos de proximidade.
A pesquisa chinesa buscou entender como as histórias emocionais afetam a conexão e a comunicação interpessoal. No estudo, um palestrante assistiu a vídeos alegres, tristes e neutros e gravou a si mesmo explicando o conteúdo dos vídeos. Os participantes ouviram a narração e avaliaram o quão próximos se sentiram do orador depois.
As atividades cerebrais de todos os participantes foram medidas com eletroencefalografia. A conclusão foi que compartilhar histórias felizes produziu melhor recordação nos ouvintes, bem como índices mais altos de proximidade interpessoal — em comparação com histórias tristes.
De acordo com os pesquisadores, a maior proximidade detectada está ligada ao aumento da sincronia entre a atividade cerebral do falante e do ouvinte, particularmente nos córtices temporoparietal (músculo ligado aos músculos da mímica facial) frontal e esquerdo. Essas regiões estão envolvidas no processamento emocional e na teoria da mente, respectivamente.
Os estudiosos acreditam que a sincronia cerebral pode se tornar uma medida de conexão e comunicação bem-sucedidas. Aliás, pesquisas anteriores já apontaram que pessoas que criam laços afetivos vivem mais e melhor — o que está relacionado às interações interpessoais de mais profundidade e conexão alcançadas com as amizades.
Outros estudos também já mostraram o poder do abraço, a importância de pensar no coletivo e dar mais valor às experiências ao invés de bens materiais. A ciência, de formas diversas, confirma que a conexão humana que dá sentido e reforça a importância de estar vivo. A pesquisa East China Normal University foi publicada no periódico eNeuro.
Fonte: CicloVivo