Tuberculose extrapulmonar: doença atinge ossos, rins e cérebro
A tuberculose é uma doença infecciosa, transmitida através do ar. Dessa forma, quando uma pessoa infectada tosse, fala ou espirra, libera pequenas partículas de saliva contendo as bactérias mycobacterium tuberculosis. Embora a forma mais comum e mais conhecida da tuberculose atinja os pulmões, também pode afetar outros órgãos e partes do corpo, como os ossos, rins, cérebro, estômago e intestino. É a chamada tuberculose extrapulmonar. Entenda.
De acordo com Cláudia Matos de Siqueira Gandini, pneumologista, a tuberculose extrapulmonar é rara, e ocorre quando as bactérias se disseminam a partir dos pulmões para outras regiões do corpo. Isso ocorre por meio da corrente sanguínea ou do sistema linfático.
Órgãos afetados
• Tuberculose nos ossos: pode resultar em dor nas costas, deformidades na coluna e até mesmo compressão da medula espinhal em casos mais graves.
• Tuberculose nos rins: pode levar a inflamação dos rins, formação de abscessos e danos aos tecidos renais. Os sintomas incluem dor lombar, sangue na urina, micção frequente e febre.
• Tuberculose no cérebro (tuberculose meníngea): Essa forma é considerada uma complicação grave. Assim, os sintomas incluem dor de cabeça intensa, rigidez do pescoço, febre, confusão, convulsões e alterações no estado mental.
O diagnóstico da doença fora dos pulmões é mais raro, sendo identificados cerca de 300 por ano. Apesar de menos comum, o diagnóstico e tratamento da tuberculose extrapulmonar é mais desafiador, pois os sintomas podem ser vagos e variados. Geralmente envolve testes como exames de imagem, culturas de tecido ou líquidos corporais, além de análises laboratoriais.
O tratamento da doença extrapulmonar é semelhante ao tratamento da tuberculose pulmonar, com a administração de múltiplos medicamentos antituberculose por um período prolongado”, explica a médica.
A vacina BCG é a única que protege contra a tuberculose. Assim, tem como objetivo estimular o sistema imunológico a reconhecer e combater a bactéria causadora da doença. Ela é mais eficaz na prevenção de formas graves de tuberculose em crianças, sobretudo a tuberculose miliar e a meningite tuberculosa.
A vacina ajuda nas formas graves, mas não impede totalmente a contaminação. Identificar precocemente e iniciar o tratamento adequado é essencial para prevenir a disseminação da doença. Isso envolve a realização de exames de triagem, como o teste cutâneo de tuberculina [PPD] ou exames de sangue específicos como o IGRA, e pesquisa do bacilo no escarro”, acrescenta a pneumologista.
Além disso, o programa nacional de imunização prevê a aplicação da vacina em todos os recém-nascidos. Por fim, a especialista alerta que é fundamental buscar atendimento médico adequado e seguir as orientações dos profissionais de saúde para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da tuberculose, independentemente da forma em que ela se manifeste.
Fonte: Vitat