Bem-estar

Vinte minutos de atividade física diária reduzem risco de depressão

Estudo revela que apenas 20 minutos diários de atividade física moderada reduzem o risco de sintomas depressivos e depressão

Por Ana Luiza Figueiredo

Uma nova pesquisa realizada por especialistas em atividade física e saúde mental da Universidade de Limerick e do Trinity College Dublin trouxe boas notícias para os adeptos de atividades físicas diárias. O estudo revelou que uma dose de atividade física equivalente a apenas 20 minutos por dia (cinco dias por semana) de atividade física de intensidade moderada está associada a um menor risco de sintomas depressivos e probabilidade de depressão grave.
Este tipo de atividade pode ser, por exemplo, caminhada rápida. O estudo acaba de ser publicado na revista JAMA Network Open. A depressão é, infelizmente, cada vez mais comum entre os idosos e apresenta fatores de risco significativos para doenças crônicas graves, incluindo declínio cognitivo, doenças cardiovasculares, dor crônica e aumento do risco de morte e suicídio.
A depressão causa mais de 5% a 10% da carga de todas as doenças na Europa, e o custo econômico apenas nos Estados Unidos é estimado em mais de US$ 210,5 bilhões. Identificar soluções de saúde e estilo de vida potencialmente simples e de baixo custo que possam reduzir o risco de depressão continua sendo uma prioridade máxima.

Pesquisas recentes mostraram que a atividade física moderada a vigorosa (MVPA, na sigla em inglês) está associada a benefícios para a depressão. Entretanto, como afirma o Dr. Eamon Laird, autor principal do artigo e pesquisador pós-doutorado no Departamento de Educação Física e Ciências do Esporte na UL, não há consenso sobre o nível de atividade física necessária para proteger os indivíduos da depressão, ou variações para adultos com doenças.
Para o trabalho em questão, Laird afirma que foram utilizados 10 anos de dados do Estudo Longitudinal Irlandês sobre Envelhecimento, que incluía informações sobre depressão, MVPA e outras variáveis relacionadas à saúde, como doenças, fatores de estilo de vida e status socioeconômico.

Buscamos identificar a menor dose de MVPA associada à proteção contra a depressão grave e os sintomas depressivos, e em que medida isso variava com a presença de doenças crônicas”, explica o Dr. Eamon Laird.

As principais descobertas do estudo incluem:
• Uma dose de atividade física equivalente a 20 minutos por dia de MVPA (caminhada rápida) durante cinco dias por semana foi associada a uma redução de 16% na taxa de sintomas depressivos e a uma redução de 43% nas chances de depressão grave;
• Foi encontrada uma relação dose-resposta, de modo que mais MVPA estava associada a uma maior proteção contra a depressão;
• Especificamente, doses equivalentes a cerca de 30 minutos por dia de MVPA foram associadas a um risco 7% menor de sintomas depressivos e uma redução de 44% nas chances de depressão grave;

• Doses equivalentes a cerca de 60 minutos por dia de MVPA foram associadas a uma redução de 16% no risco de sintomas depressivos e uma redução de 41% nas chances de depressão grave;
• Doses equivalentes a cerca de 120 minutos por dia de MVPA foram associadas a uma redução de 23% no risco de sintomas depressivos e uma redução de 49% nas chances de depressão grave;
• Essas descobertas permaneceram significantes mesmo após o controle de fatores relevantes relacionados à saúde, como sexo biológico, educação, idade, tabagismo, consumo de álcool, obesidade, uso de antidepressivos e tempo;
• Essas descobertas também foram essencialmente as mesmas para adultos mais velhos com e sem doenças crônicas.

Segundo o Dr. Laird, o estudo é muito relevante dada a alta prevalência de depressão na crescente população idosa. O estudo afirma que a atividade física em doses menores do que as recomendações da Organização Mundial da Saúde para a saúde em geral pode oferecer proteção contra sintomas depressivos e depressão grave.

Tente incorporá-la a uma rotina com hobbies ou atividades que você goste e tente fazê-la com outras pessoas, pois as interações sociais, especialmente com atividades, também podem trazer benefícios para a saúde mental. Lembre-se de que é apenas um componente e que a nutrição e um estilo de vida saudável também oferecerão benefícios adicionais além da atividade física”, afirma o Dr. Eamon Laird.

O Dr. Matthew Herring, professor sênior e pesquisador do Centro de Pesquisa em Atividade Física para a Saúde da UL e investigador principal desta pesquisa, acrescentou.

As descobertas atuais têm implicações significativas ao destacar que benefícios antidepressivos significativos parecem estar associados a doses de atividade física inferiores às recomendações atuais da Organização Mundial da Saúde para a saúde geral, embora doses maiores tenham sido associadas a uma proteção mais forte”, disse.

Ele reforça, ainda, que o grupo não defende uma redução na atividade física entre a população idosa. Por outro lado, Herring diz que os resultados sugerem que as maiores melhorias na proteção contra a depressão entre os idosos podem ser obtidas envolvendo aqueles que são fisicamente inativos em atividades físicas, mesmo em doses abaixo das recomendadas para a saúde geral.

Fonte: Olhar Digital

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