Países da Europa banem uso de celular nas escolas

Na França, medida existe desde 2018. Contudo, educadores brasileiros acreditam que proibição não é uma boa alternativa
Por Luciana Alvarez

Considerada um dos países mais liberais do mundo, a Holanda está prestes a proibir o uso de celulares em escolas de todo o seu território. A medida entra em vigor em 1º de janeiro de 2024 e vai abranger até o final da etapa equivalente ao ensino fundamental, com exceção em aulas específicas de tecnologia e para assistência a estudantes com deficiências. No momento não estão previstas punições, mas o Ministério da Educação vai avaliar a efetividade depois de seis meses e pode, então, determinar sanções em caso de descumprimento.
A principal intenção holandesa é aumentar o aprendizado.

Estudantes precisam se concentrar e devem ter a oportunidade de estudar bem. Celulares são uma perturbação, mostram pesquisas científicas. Precisamos proteger os alunos”, afirmou Robbert Dijkgraaf, ministro da Educação ao anunciar a medida.

A iniciativa não é única na Europa. Uma semana antes da Holanda, o governo da Finlândia havia comunicado uma medida semelhante, mas lá ainda falta aprovar a norma no parlamento. Desde 2018, a França adotou a proibição na mesma linha. À época, a lei francesa foi justificada como uma ‘medida de desintoxicação’ contra a distração nas salas de aula. O texto francês, contudo, permite exceções ‘para uso pedagógico’, decididas por cada escola.

Na Itália, a situação com os dispositivos móveis tem idas e vindas. Em 2007, uma norma do Ministério da Educação os proibiu. Em 2018, numa inversão da lógica restritiva, foram lançadas diretrizes para o uso consciente dos celulares na educação. Contudo, em dezembro do ano passado, o atual ministro enviou uma circular a todas as instituições de ensino lembrando que a proibição de 2007 continua válida e pedindo que façam valer a medida antiga.

Ainda que as restrições desagradem os adolescentes, as famílias europeias, de forma geral, parecem apoiar o banimento dos aparelhos. Em Portugal, onde não há nenhuma norma centralizada a respeito do tema, a iniciativa partiu da sociedade. Uma petição pública iniciada no primeiro semestre deste ano tem recolhido milhares de assinaturas de pais pedindo que o Ministério da Educação proíba os celulares nos recreios, para incentivar que as crianças se socializem cara a cara.
Fonte: Revista Educação