Educação

Alunos superam percurso nas águas do Solimões em busca de qualificação profissional

Para vencer a distância, ribeirinhos utilizam o “motor rabeta” nas águas do rio Solimões, no Amazonas

A amazonense Aldilene Macedo, 33, é do no município de Manaquiri, a 156 quilômetros de Manaus, e moradora da Comunidade Costa do Aruanã, que fica a uma hora e dez minutos da sede do município. Aldilene diz que decidiu se inscrever no curso de operador de microcomputador (informática básica), logo ao receber a notícia da vinda de um barco-escola em um grupo de WhatsApp.
Para vencer a distância de sua casa ao barco-escola, Aldilene pilotava o seu barco — “motor rabeta” — nas águas do rio Solimões. Foram duas horas e 10 minutos de percurso diário, de segunda a sexta-feira, das 13 às 17h, durante 40 dias, enfrentando sol e chuva, mas o esforço valeu a pena, de acordo com Macedo.
A estudante explica que nunca havia acessado um computador, o que dificultou um pouco o seu aprendizado. “Na minha sala contei muito com a ajuda do professor. Aprendi tudo do zero e isso atrapalhou um pouco, já que a maioria já tinha esse conhecimento, mas continuei firme, com a vontade de aprender. Agradeço muito ao Senai pela oportunidade de aprender”, relatou.

Aldilene avaliou que a chegada do barco-escola Samaúma II ao município proporcionou aos ribeirinhos a oportunidade de realizar diversos cursos, não só o de microcomputadores. “Eu me alegrei e tive força de vontade, porque onde eu moro é distante e tinha que vir todos os dias. Estar presente na sala de aula não é fácil, principalmente quando se enfrenta os fenômenos da natureza como sol, chuva”, contou.

Para o coordenador do Barco-escola Senai Samaúma II, Mário Souto, essa é mais uma oportunidade dada aos ribeirinhos, para que eles se qualifiquem e, assim, contribuam para o crescimento do município. “Nada seria possível sem o esforço de todos, da Prefeitura Municipal e, principalmente, dos alunos e familiares, que persistiram e estão recebendo suas certificações”.

Ao todo, seis instrutores atenderam a demanda do município, entre eles o professor Pedro Santos, que ministrou os cursos de Motor de popa e Motor a diesel. Segundo ele, é gratificante poder mudar a vida das pessoas, e principalmente, saber que valeu a pena cada minuto dedicado aos alunos.

Fonte: Portal Amazônia

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