Fumar na adolescência pode causar danos ao cérebro, diz pesquisa
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Estudo com pessoas que começaram a fumar aos 14 anos aponta que os pacientes tiveram perda na massa cinzenta do cérebro
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O tabagismo mata, por ano, mais de oito milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, são 443 óbitos diários e 161.853 anuais. A medicina já constatou que fumar causa diversos malefícios à saúde. Agora, uma pesquisa publicada na revista Nature Communications aponta que começar a usar cigarros na adolescência pode causar danos ao cérebro.
Os pesquisadores compararam exames de ressonância magnética cerebral de mais de 800 pessoas, coletados do Reino Unido, Alemanha, França e Irlanda. Os voluntários tinham idades diversas e começaram a fumar em períodos da vida variados. Os dados coletados, então, foram comparados com o de pessoas que começaram a fumar aos 14, 19 e 23 anos.
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Os resultados apontaram que os fumantes “precoces” tinham comparativamente menos massa cinzenta no córtex pré-frontal ventromedial esquerdo, parte do cérebro envolvida na regulação emocional, tomada de decisões e autocontrole. Já aos 19 anos, os exames revelaram que a parte oposta dessa mesma região cerebral (à direita e também associada ao prazer) também estava reduzida, segundo informações da ScienceAlert.
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O córtex pré-frontal ventromedial é uma região-chave para a dopamina, a substância química do prazer do cérebro. Além de um papel em experiências gratificantes, acredita-se que a dopamina afeta o autocontrole”, explica a psiquiatra de Cambridge Barbara Sahakian.
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Segundo o estudo, os voluntários com maior tendência à busca de sensações eram mais propensos a ter matéria cerebral reduzida no lado direito do córtex pré-frontal ventromedial. Enquanto a maior busca por novidades foi associada a menos massa cinzenta à esquerda. Isso resulta em menores inibições e maior assunção de riscos, comportamentos que aumentam a probabilidade de fumar em adolescentes.
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“Os fumantes então experimentam perda excessiva de massa cinzenta nos lobos frontais direitos, o que está ligado a comportamentos que reforçam o uso de substâncias. Isso pode fornecer um relato causal de como o tabagismo é iniciado em jovens e como ele se transforma em dependência”, destacou a bioinformática da Universidade Fudan Tianye Jia.
A conclusão dos pesquisadores é a de que a matéria reduzida no lobo frontal esquerdo pode ser um biomarcador hereditário para pessoas com tendências ao vício.
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Fornecer recompensas alternativas não medicamentosas no estágio inicial do uso de substâncias pode ajudar a prevenir a transição para a dependência de substâncias”, sugere o estudo.
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Fonte: Olhar Digital