Meio ambiente

Aquecimento global está dizimando população de pinguins na Antártica

Imagens de satélite revelam que todas as colônias de pinguins no oeste da Antártica foram fortemente impactadas pelo aquecimento global

Por Alessandro Di Lorenzo

As mudanças climáticas estão causando terríveis consequências para os pinguins que vivem na região da Antártica. Um estudo divulgado na revista Communications Earth & Environment e baseado em imagens de satélite aponta que o gelo marinho está derretendo de forma muito mais rápida, afogando os animais, especialmente filhotes, nas águas geladas.
Os pesquisadores têm estudo colônias de pinguins na Antártica nos últimos 15 anos. Os animais podem suportar temperaturas de até -60ºC e se reproduzem no gelo marinho, onde vivem em colônias de centenas de indivíduos. Em 2016, 2017 e 2018, o degelo acelerado causado pelo aquecimento global provocou a morte de milhares de pinguins na região. Mas a realidade em 2022 foi ainda pior, segundo informações da Space.com.
O cientista Peter Fretwell, principal autor do estudo, explica que as condições climáticas estão afetando a reprodução dos animais.

Os pinguins têm um ciclo de reprodução único, e se reproduzem no inverno antártico e não no verão. Eles precisam de gelo marinho e precisam que o gelo marinho seja estável entre abril e dezembro, porque quando põe um ovo e o pintinho eclode, o pintinho precisa ter uma plataforma estável para viver”, afirma ele.

Cobertos por penas pequenas e macias, os filhotes de pinguim não podem nadar e pescar em busca de comida nos primeiros três meses de vida. Até lá, eles dependem totalmente dos pais para alimentá-los e se amontoam no gelo flutuante para se manterem aquecidos enquanto aguardam por comida. Mas com cada vez menos gelo disponível, esses filhotes se afogam ou congelam até a morte.

Imagens de satélite revelam que todas as colônias no Mar de Bellingshausen, no oeste da Antártica, foram fortemente impactadas pelo aquecimento global, o que dizimou a população de novos pinguins. Mas segundo os pesquisadores, essa é apenas a ponta do iceberg, já que há muitas espécies animais menores e menos visíveis que também dependem do gelo marinho para sobreviver e se reproduzir.
Além disso, as previsões apontam que as temperaturas devem aumentar ainda mais, o que causará maiores impactos nos próximos anos.

Nossos modelos sugerem que, em um cenário em que as mudanças climáticas continuam como estão no momento, perderemos 90% das colônias de pinguins até o final do século”, alerta Fretwell.

Fonte: Olhar Digital

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