Fabiano Contarato e a descriminalização do uso de drogas
Fazer acusações falsas, sem apresentar um único caso de ilegalidade, é jogar para a plateia, para agradar o público esquerdista, para o qual Fabiano Contarato faz política
Esta semana eu fiquei envergonhado por pertencer à mesma categoria do Senador Fabiano Contarato, como Delegado de Polícia. Ouvi com bastante indignação as palavras do senador que, ao falar sobre a descriminalização da posse de drogas para uso próprio, disse que, enquanto Delegado da Polícia Civil, cansou de ver seus colegas de profissão autuarem usuários de droga como traficantes, somente porque eram pretos e pobres.
Esse discurso de preconceito racial e econômico é peculiar aos políticos do espectro ideológico da ESQUERDA, que se colocam como defensores dos menos favorecidos, numa falácia da “boca pra fora”, com pouca ou nenhuma ação prática capaz de mudar a realidade das pessoas.
Engraçado ver que ele se coloca como paladino da legalidade, dizendo que cansou de ver seus colegas, agirem assim, ao passo que dá a entender que ele mesmo, atuando como Delegado de Polícia, não agiu da mesma forma. Como diz o ditado popular “quem não te conhece, compra caro. Quem te vende, não aceita devolução”.
Verdade é que, o delegado Fabiano Contarato ganhou fama prendendo motoristas bêbados e muito provavelmente não tenha qualquer vivência com delegacias especializadas no combate ao tráfico e consumo de drogas.
Já trabalhei na fronteira do Brasil com a Bolívia, atuei em Delegacia de Repressão a Entorpecentes e efetuei muitas prisões de usuários e de traficantes de drogas, e como Delegado de Polícia Federal, posso afirmar que qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento jurídico sobre o combate às drogas, sabe que o senador comete uma aberração jurídica, desprestigiando toda a classe policial.
Quando a autoridade policial recebe um caso apresentado pelo condutor da prisão em flagrante, todas as circunstâncias do fato são levadas em consideração, antes da decisão do Delegado de Polícia pela autuação do suspeito. Jamais é avaliada a cor da pele ou a situação econômica do réu, como elemento de definição da tipificação da conduta.
Fazer acusações falsas sem apresentar um único caso de ilegalidade é jogar para a plateia, somente para agradar o público ESQUERDISTA para o qual o senador Fabiano Contarato faz política. Concordando ou não com a descriminalização do uso de drogas, com o que sou frontalmente contrário, é vexatório ouvir um senador denegrindo a própria instituição a qual ele pertence, e para a qual, espero que ele retorne em janeiro de 2027.
Para que um preso seja autuado pelo tráfico de drogas várias circunstâncias são levadas em consideração, não somente a quantidade de droga que está portando. Um exemplo clássico desse fenômeno consiste no fato de que vários traficantes que vendem drogas no varejo, escondem as porções de drogas em locais próximo de onde são seus pontos de venda e ficam com pequenas quantidades para atender seus “clientes”.
Assim que vendem os “papelotes, as pedras, os pinos”, que trazem consigo, eles vão até os esconderijos, que geralmente ficam próximo de onde estão, em buracos na parede, enterrados no chão, debaixo de pedra, etc., e pegam mais uma pequena quantidade para comercializar.
Sempre que são abordados, vão estar portando pequena quantidade de droga, mas as provas podem indicar que são traficantes, e não apenas usuários. Quais são essas provas: filmagens, fotografias, depoimentos, vida pregressa, conversas telefônicas, e-mails, cartas, e todos os meios capazes de indicar autoria e materialidade do delito.
O senador Fabiano Contarato, com o mínimo de conhecimento jurídico que lhe permitiu ser aprovado no Concurso para Delegado da Polícia Civil do Espírito Santo, posição honrosa que eu também já conquistei, devia saber que não se autua usuário de droga como traficante só porque a pessoa é preta ou pobre. Se assim o fizer, a prisão não se sustentará, sendo anulada pela justiça, logo que houver a comunicação do flagrante, o que precisa acontecer em até 24 horas após a prisão.
Não resta dúvida de que o congressista não tem compromisso com a verdade, mas quer apenas fazer política para um público ideologicamente ANTI-HORÁRIO.