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Estupros e assassinato de mulheres crescem no Brasil em 2023, aponta estudo

Segundo o relatório, o aumento nos últimos anos se deu em decorrência, principalmente, das medidas de isolamento impostas na pandemia

Por Diógenes Freire Feitosa

De acordo com levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o número de estupros e assassinato de mulheres cresceu no primeiro semestre de 2023. Comparado com o mesmo período do ano passado, os dados mostram um aumento de 2,6% nos homicídios e um crescimento de 14,9% nos casos de estupro, incluindo estupro de vulnerável.
Os dados levantados pelo FBSP são originários dos boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal, ou seja, são preliminares e podem ser alterados no curso da investigação ou durante a abertura dos processos. Ao mesmo tempo, também podem apresentar subnotificação.
No mesmo período do ano passado, o Fórum registrou 704 assassinatos de mulheres, contra 722 registrados nos seis primeiros meses de 2023. O número foi impulsionado pelo aumento do crime na região Sudeste.

No primeiro semestre de 2023 a região Centro-Oeste registrou 81 vítimas, redução de 3,6% em relação ao ano anterior; a Norte teve 69 vítimas, queda de 2,8%; a região Nordeste apresentou a maior redução do período, de 5,6%, e contabilizou 187 vítimas; e, no Sul, a redução chegou a 3,4%, com 112 vítimas no primeiro semestre de 2023. A única região que apresentou crescimento foi a Sudeste, com 273 vítimas; a variação foi de 16,2%”, diz um trecho do relatório.

Todos os quatro estados da região Sudeste apresentaram aumento do crime. São Paulo registrou um crescimento de 33,7% no número de homicídios, passando de 83 casos no primeiro semestre do ano passado para 111 casos este ano. Em Minas Gerais, o número de casos aumentou 11%; no Espírito Santo, cresceu 20%; e o Rio de Janeiro registrou um aumento de 6,4% nos homicídios dolosos, apesar de ter apresentado queda de 3,6% no quadro geral.

Já os casos de estupro e estupro de vulnerável passaram de 29.580 no primeiro semestre do ano passado para 34 mil no mesmo período de 2023, um aumento de 14,9%.

De acordo com o FBSP, o aumento dos casos nos últimos anos se deu em decorrência, principalmente, das medidas de isolamento impostas por governadores e prefeitos durante a crise sanitária do vírus chinês. Além disso, o relatório também relaciona o aumento de casos “à maior compreensão do que é a violência sexual, inclusive com a maior visibilidade de casos, como da Mariana Ferrer”.
A conclusão do relatório é de que “o aparato estatal, em suas diferentes esferas federativas, possui dificuldade para implementar os dispositivos previstos na Lei Maria da Penha”.

Neste sentido, parece urgente que os poderes Executivo e Judiciário priorizem a adoção de medidas que sejam capazes de garantir proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, especialmente àquelas voltadas à melhoria do funcionamento da rede de acolhimento”, diz um trecho do documento.

Fonte: Gazeta do Povo

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