Saúde

Exame de retina feito por IA identifica autismo em crianças

A tecnologia foi capaz de diagnosticar o Transtorno do Espectro Autista (TEA) com 100% de precisão

Por Nayra Teles

Para alguns pesquisadores, os olhos não são apenas a “janela da alma”, mas também do cérebro. Isso porque suas estruturas estão diretamente conectadas ao sistema nervoso central. A conexão pode ser um caminho não invasivo de analisar esse órgão. Pensando nisso, cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade Yonsei desenvolveram um método que utiliza inteligência artificial para analisar a retina de crianças e identificar o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
A equipe de pesquisa criou um banco com 1.890 imagens da retina de crianças com idade média entre sete e oito anos. Metade dos 958 participantes tinha TEA, enquanto a outra metade não. A IA foi treinada com 85% dessas imagens e um sistema de pontuação que calcula a gravidade dos sintomas do transtorno. A tecnologia obteve 100% de precisão nos diagnósticos, mesmo quando as partes menos importantes da estrutura ocular foram excluídas das imagens. Também conseguiu analisar a gravidade dos sintomas com uma precisão considerada aceitável.

O portal New Atlas relatou que os pesquisadores acreditam ter identificado um biomarcador para o autismo. Eles afirmaram: “Nossos modelos apresentaram um desempenho promissor ao distinguir entre TEA e DT [crianças com desenvolvimento típico] utilizando fotografias da retina, indicando que as mudanças na retina associadas ao TEA podem ter valor como biomarcadores”.

Os resultados do estudo revelam que o modelo de IA tem potencial para ser usado como uma ferramenta de triagem com crianças a partir dos quatro anos. Como a retina de um bebê continua a se desenvolver até essa idade, são necessárias mais pesquisas para determinar se a tecnologia seria precisa nas mais novas.

Embora sejam necessários estudos futuros para estabelecer a generalização, nosso estudo representa um passo notável no desenvolvimento de ferramentas objetivas de rastreio do Perturbações do Espectro do Autismo [PEA], que podem ajudar a resolver questões urgentes, como a inacessibilidade de avaliações especializadas em psiquiatria infantil devido aos recursos limitados”, explicam detalhes do estudo foram publicados na revista científica JAMA Network Open.

Fonte: Olhar Digital

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