Fóssil revela que peixe tinha mandíbula alongada e rígida
O que durante muito tempo pensava-se ser espinhos revelou ser uma mandíbula prolongada que dava uma aparência estranha ao Alienacanthus
Por Mateus Dias
Um grupo de pesquisadores encontrou o crânio de um antigo peixe, revelando que o que durante muito tempo pensava-se ser espinhos era, na verdade, uma mandíbula alongada. O animal, conhecido como Alienacanthus, viveu há cerca de 375 milhões de anos e provavelmente era um dos seres marinhos mais estranhos da época.
Há 375 milhões de anos, no período Devoniano, os oceanos eram tomados de peixes blindados, conhecidos como placodermos. Esses animais de mandíbulas primitivas possuíam diferentes formas e tamanho e o Alienacanthus era um deles.
O fóssil desse peixe de mandíbulas prolongadas foi encontrado pela primeira vez em 1957, na Polônia, depois disso, mais vestígios do animal foram encontrados no local e no Marrocos. No período Devoniano Superior essas eram regiões submersas que estavam localizadas em extremos opostos de um oceano que separava os supercontinentes do Norte e do Sul.
No entanto, a maior parte desses fósseis que haviam sido encontrados eram apenas fragmentos que não forneceram muitas informações sobre sua aparência do peixe aos pesquisadores. Agora no novo estudo, publicado recentemente na revista Royal Society Open Science, um crânio medindo mais de 60 sentimentos foi descoberto no Marrocos, fornecendo mais informações sobre o Alienacanthus.
A nova descoberta revelou que o que se pensava ser espinhos, na verdade, era uma mandíbula que mede quase o dobro do comprimento do seu crânio, o que provavelmente deu ao Alienacanthus uma das mordidas mais extremas do período e um lábio inferior rígido. Os pesquisadores apontam que o animal se assemelha a um peixe-agulha invertido, com uma longa mandíbula inferior em forma de bico.
Uma das hipóteses dos pesquisadores quanto a função dessa mandíbula alongada é de que o peixe a usava para peneirar sedimentos, assim como os peixes-meio-bico fazem atualmente. Outra possibilidade é que os Alienacanthus a usavam para atordoar e ferir presas. Existe ainda outra hipótese de que a mandíbula alongada, cheia de dentes recurvados, combinada com a mandíbula superior, provavelmente servia como uma armadilha.
Fonte: Olhar Digital