Sem condições de sustentar a grave crise alimentar do país, ditadura cubana pede ajuda da ONU
O ditador cubano, Miguel Díaz-Canel: ilha vive grave crise generalizada
A ditadura de Cuba solicitou ajuda pela primeira vez à direção do Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU, devido às dificuldades do país em continuar a distribuir leite subsidiado a crianças menores de sete anos. Segundo confirmou o PAM à Agência EFE, a direção executiva deste braço das Nações Unidas recebeu uma comunicação oficial do regime de Díaz-Canel e já está enviando leite em pó para a ilha.
Confirmamos que o PAM recebeu uma comunicação oficial do regime (cubano) solicitando apoio para continuar a entrega mensal de um quilograma de leite para meninas e meninos menores de sete anos em todo o país”, afirmou a delegação do programa na ilha.
O programa da ONU, que reconhece uma “necessidade urgente” na ilha, enfatizou “a importância deste pedido”, especialmente no contexto da “profunda crise econômica que Cuba enfrenta”, algo que em sua opinião está tendo um “impacto significativo na segurança alimentar e nutricional da população”.
O regime cubano não tornou público este pedido nem as primeiras contribuições multilaterais, apesar de já falar da escassez de leite há semanas. A Agência EFE solicitou esclarecimentos oficiais, mas até o momento não obteve resposta. A organização, especializada em emergências e assistência alimentar, confirmou que “esta é a primeira vez que Cuba solicita apoio através da emissão de uma comunicação oficial ao mais alto nível de gestão do PAM”, embora já realize projetos na ilha há algum tempo.
Segundo a EFE pôde confirmar junto a duas fontes familiarizadas com o pedido, o Ministério do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro (Mincex) enviou a carta à direção executiva do PAM em Roma no final do ano passado. Como resultado dessa carta, o PAM indicou que neste mês de fevereiro conseguiu entregar “144 toneladas de leite em pó desnatado”, beneficiando quase 48 mil meninas e meninos entre sete meses e três anos em Pinar del Río e Havana.
Essa cifra representa apenas 6% dos menores a quem o regime pretende fornecer leite subsidiado. Além disso, segundo o PAM, o pedido cubano “não se refere a nenhum prazo explícito” — não pede apoio por um período de tempo limitado — razão pela qual a organização multilateral está buscando “mobilizar recursos adicionais”. A EFE conseguiu confirmar que pelo menos dois países, um europeu e um americano, foram contatados pelo PAM. Ambos estão analisando suas possibilidades e ainda não tomaram uma decisão.
Há anos que o leite é escasso em Cuba, embora em geral as crianças até sete anos (e pessoas com dietas especiais) pudessem contar com uma quantidade mensal através da caderneta de abastecimento a um preço altamente subsidiado (equivalente a R$ 1 por quilograma).
A disponibilidade de leite de origem estatal, no entanto, deteriorou-se nos últimos meses. Algumas províncias reduziram a população prioritária ou diminuíram as quantidades entregues, enquanto outras começaram a distribuir bebidas vitaminadas como substitutos.
Perante as dificuldades, em Cuba é possível encontrar leite líquido e em pó em algumas das empresas do setor privado emergente, mas a preços inacessíveis à grande maioria dos cubanos. As dificuldades econômicas crônicas de Cuba degeneraram há três anos em uma grave crise devido à medidas impostas pela política macroeconômica, comercial e monetária do ditador Díaz-Canel.
Fonte: Gazeta do Povo