Política

As fraudes no processo eleitoral brasileiro

A corrupção e as fraudes eleitorais sempre fizeram parte do processo no Brasil

Desde o Brasil Império, a fraude foi uma constante nas eleições brasileiras. Além de ferramenta de coação aos eleitores, elas eram utilizadas como parte da estratégia de embate entre os grupos políticos que envolviam todo o processo eleitoral (eleitor, o voto e o candidato). Em que pesem várias iniciativas, este cenário começou a ser combatido de maneira estruturada a partir de 1932, com a criação da Justiça Eleitoral. Desde então, o processo eleitoral evoluiu com a informatização para diminuir ao máximo a intervenção humana, principal causa dos erros, intencionais ou não.
Apesar de nossos eleitores mais jovens não terem conhecimento dos vários tipos de fraudes utilizadas pelos oportunistas que, como disse, existem desde que o mundo é mundo, citarei algumas que, por mais grotescas que pareçam, existiram e outras se perpetuam até os dias atuais.

Dentre as diversas formas de trambiques, tinha a chamada urna grávida, que acontecia quando, antes do início da votação, cédulas preenchidas eram depositadas na urna que, na época era de lona, e deveria estar vazia. Com isso, já chegava à seção eleitoral como votos dentro dela.

Outra bem ao estilo larapiano, era o roubo das urnas antes de chegar aos locais do pleito, inviabilizando a votação em determinadas seções. Já ouviu falar no voto formiguinha ou no voto estoque? O voto formiguinha acontecia quando a cédula era entregue pelo mesário. E o voto estoque, também muito usado antes das urnas eletrônicas, era quando as cédulas do estoque de segurança das seções eleitorais eram preenchidas e inseridas nas urnas.

Outra bem comum até os dias atuais é a do eleitor votar no lugar de outro, isso acontece quando um votante apresenta documento falso para se identificar na seção eleitoral e votar em o nome de terceiros. Dessa forma, era possível votar por pessoas já falecidas, como denunciado por parentes na última eleição presidencial, em 2022.

Hoje, estamos reféns das urnas eletrônicas, equipamentos que sempre foram questionados. Há quinze anos, numa audiência pública na Câmara Federal, a urna foi questionada pelo professor do Instituto de Computação da Universidade de Campinas (Unicamp), Jorge Stolfi, que dizia ser consenso entre os especialistas da área que o sistema é falho e permite fraudes que não seriam detectadas, por causa da natureza do sistema e sugeriu a adoção do voto impresso de maneira complementar e conclui dizendo que o sistema totalmente digital é “inaceitável”, porque apresenta “riscos inerentes que são muito sérios e contornáveis. “Riscos de fraude por pessoas internas ao sistema, que não podem ser detectadas antes, durante ou depois da eleição”.

Seria necessário dar mais transparência ao processo? A PEC 135, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PL/DF) busca incluir o parágrafo 12, no Art. 14 da Constituição Federal. Ei-lo:
“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
(…).

Parágrafo 12. No processo de votação e apuração das eleições, dos plebiscitos e dos referendos, independentemente do meio empregado para o registro do voto, é obrigatória expedição de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas, de forma automática e sem contato manual, em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.

Os lobos em pele de cordeiro

Líder do culto americano e fundador do Templo Popular, formalmente conhecido como Templo do Povo dos Discípulos de Cristo, Jim Jones (1931 – 1978) (Foto: Getty Images)

Estamos em um ano eleitoral, e os abutres já se encontram por toda parte. Candidatos de esquerda se dizendo conservadores, como aconteceu com o senador Fabiano Contarato (PT), que surfou na onda bolsonarista e, hoje, tem a estrela petista no peito, além partidos de centro-esquerda se dizendo de direita como PODEMOS, PSB, REPUBLICANOS, PDT, PP, SOLIDARIEDADE, REDE e UNIÃO.

Precisamos estar atentos porque as arapucas estão armadas. Alguns tentam a reeleição apenas para se manterem com seus cargos eletivos — vereador ou prefeito — outros para garantir seus empregos e a maioria, estrategicamente jogados pelos partidos como meros garimpeiros para angariar votos dos mais vulneráveis, oferecendo-lhes cimento, lajotas, telhas, cestas básicas entre outras benesses em troca de seus votos.

Nesse pacote, faço um alerta! Incluo os falsos profetas que fazem parte do esquema, evangelizando e conduzindo seus rebanhos ao precipício da desordem e do pecado. Nos púlpitos, defendem a vida e os princípios familiares, mas, por trás, comungam com a esquerda que defendem o aborto, a invasão de propriedade privada, a liberação das drogas, a doutrinação e ideologização nas escolas, a interferência do Estado nas famílias… pela ótica bíblica é simplesmente impossível um cristão se mancomunar com comunistas.

Chamo sua atenção para tomar cuidado com alguns líderes religiosos. Mirem o exemplo de Jim Jones, denominado ‘pastor do diabo’, fundador e líder do Templo Popular, movimento iniciado em 1956, nos EUA, que culminou na tragédia de 18 de novembro de 1978, na Guiana, onde 918 pessoas morreram em um misto de suicídio coletivo e assassinatos em Jonestown, uma seita pentecostal cristã de orientação socialista fundada por Jim Jones. 304 vítimas eram crianças; quase todos os membros morreram bebendo ponche de frutas misturado com cianeto.
Francamente, não vejo nenhuma diferença entre o ‘pastor do diabo’ e esses falsos profetas dos dias atuais.
Cuidado, existem pastores e pastores!

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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