Cultura

Outono-me

Cheio de esperanças,
Mudo de novo e
Outono-me mais
Uma vez, busco o
Equilíbrio e finco
Mais fundo as raízes
De minhas ancestralidades

Como folhas que
Caem no embalo
Do vento, troco de
Ideias e pensamentos,
Dando lugar a novos
Brotos mentais

Balanço o troco
E livro-me das velhas
Cascas dos preconceitos,
Das crenças limitantes
E da ignorância mundana

Desnudo-me dos ramos
Da insensatez e dos ignóbeis
Sentimentos do orgulho,
Do egoísmo e da separatividade

De forma estratégica,
Acumulo folhas nos pés
Da experiência, protejo-me
Do frio e da indiferença do
Mundo, enquanto poupo
Energia vital para mais
Uma longa invernada

Nesta estação, o meu ar
E o meu chão ficam mais
Frágeis, com menos luz solar
Eu quase paro de produzir
A clorofila da vida nesta
Toada a fotossíntese da
Alma fica mais prejudicada

Aparentemente, morro um
Pouco por dentro, quando
Na verdade, estou em pleno
Processo de metamorfose,
Finjo morrer de novo, para
Renascer mais forte e florir
Feliz e pujante na primavera
Da vida que viceja

Mário Vieira

Mário Vieira

Capixaba, casado, autor e advogado

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