Cultura

Tempo ligeiro

O tempo mais
Uma vez, passou
Ligeiro como um
Mensageiro do
Vento que corre
Apressado sobre
As patas de um
Cavalo

De repente,
Como num galope
A manhã que era
Virgem se fez
Vespertina e a tarde,
Ainda mocinha,
Sem sequer pedir
Licença, anoiteceu

O janeiro virou
Maio, enquanto
Que o mês de
Junho
Precipitou-se
Sobre o natal,
O verão virou
Outono e o frio
Encheu-se de flor
Quando ninguém
Esperava

E o tempo,
Matreiro, de
Novo nos pregou
Mais uma peça
E sempre com
Pressa passou
Voando sobre
As horas como
Um piloto nas
Asas de um
Concorde

Do nada, num
Estalar de dedos,
O menino virou
Um jovem, o rapaz
Amadureceu,
Enquanto que
O homem, num
Piscar de olhos,
Transformou-se
Num velho senhor

O antigo garbo
Soberbo e imponente
Deu lugar à prudência,
A força moderou e
Metamorfoseou-se
Em diligência, beleza,
Sabedoria e paciência

As paixões ávidas
De vida e aflitas por
Natureza arrefeceram
E o amor paciente e
Silencioso foi se
Achegando devagar,
Aos poucos,
De mansinho e se,
Instalou no peito,
Confortavelmente

Mário Vieira

Mário Vieira

Capixaba, casado, autor e advogado

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish