CCJ do Senado aprova projeto que permite castração química para reincidentes em crimes sexuais
A CCJ do Senado Federal aprovou na tarde desta quarta-feira (22), por 17 votos a 3, um projeto que permite a castração química voluntária para condenados reincidentes por crimes sexuais. O projeto tramita em caráter terminativo e, se não houver recurso para ir a plenário, vai direto para análise da Câmara dos Deputados.
Segundo o texto, a castração química será feita por meio de hormônios. O relator da proposta na CCJ, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), defendeu que o “tratamento” se “mostra meio adequado para que se evite a reincidência em crimes de natureza sexual, o tratamento reduz os níveis de testosterona no organismo do indivíduo e mitiga sua libido”.
O condenado que apresente um perfil voltado à violência sexual, terá a oportunidade de reconhecer sua condição e optar pelo tratamento hormonal como forma de intervenção terapêutica e condição para seu livramento”, escreveu Ângelo Coronel em seu relatório.
O projeto aprovado diz ainda que a castração pode ter efeitos colaterais, mas que o condenado será submetido a uma Comissão Técnica de Avaliação que irá orientá-lo.
[O condenado] será orientado sobre o tratamento e sobre suas próprias condições psicológicas, psiquiátricas e clínicas, e somente depois, inclusive com orientação de seu defensor, poderá tomar a decisão de se submeter ao tratamento oferecido”, aponta o projeto.
A castração química é colocada no projeto como uma medida “alternativa ao cumprimento de pena”. Com isso, ainda que o condenado opte pela castração, caberá ao juiz avaliar se o condenado poderá, ou não, voltar ao convívio social.
O relator acatou uma emenda proposta pelo senador Sérgio Moro (União-PR) e acrescentou ao projeto uma norma que determina que os condenados que optarem pela castração química terão que fazer o tratamento por, no mínimo, o dobro da pena máxima prevista pelo crime praticado.
O senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) é o autor do texto, que originalmente incluía a castração física por meio de cirurgia. No entanto, essa medida foi removida do projeto pelo relator.
Fonte: Gazeta Brasil