Saúde

Brasileiros criam técnica que pode revolucionar diagnóstico da diabetes

O novo método simplifica a análise do funcionamento de células ligadas à doença e pode ser aplicado em diferentes equipamentos

Por Nayra Teles

Um grupo de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu uma nova técnica para facilitar a análise do funcionamento de ilhotas pancreáticas — células ligadas ao diabetes. A criação, que não exige o uso de material exclusivo, pode ajudar no processo de diagnóstico da doença e também em testes de medicamentos. O estudo com detalhes foi divulgado na revista científica Molecular Metabolism.
As ilhotas pancreáticas são aglomerados de células localizadas no pâncreas. Elas são responsáveis pela produção de diversos hormônios reguladores dos níveis de glicose no corpo, entre eles a insulina, e controlam a formação e utilização dos estoques de energia.

Distúrbios na sua função podem levar ao desenvolvimento do diabetes mellitus, condição em que os níveis de glicose não são adequadamente controlados. Ou seja, há um excesso de açúcar no sangue que não é transformado em energia devido à falta de insulina. Segundo a autora da pesquisa, Eloísa Aparecida Vilas-Boas, o método vai tornar o diagnóstico de diabetes um pouco mais simples e ainda poderá ser aplicado na busca de medicamentos.

O consumo de oxigênio da organela mitocôndria, responsável por gerar energia, pode revelar se uma célula está funcionando bem ou não. O problema é que, no caso das ilhotas, seu formato esférico e aglomerado de várias células dificulta a medição. Além disso, para realizar a análise, são necessários equipamentos muito específicos e, às vezes, com um custo alto.

Para resolver esse problema, os cientistas criaram um método que simplifica a análise e permite aplicação em diferentes equipamentos. Ele consiste em uma dispersão controlada das células das ilhotas antes da aderência a uma placa padrão de cultivo celular comum. O método permitiu a avaliação do consumo de oxigênio usando dois tipos de equipamentos pela primeira vez e com resultados satisfatórios.

É possível analisar ilhotas de modelos animais e de pacientes com distúrbios na produção de insulina e compreender melhor como as células falham. Além disso, também será útil para investigações translacionais, como a descoberta de candidatos farmacológicos e o desenvolvimento de protocolos de transplante de ilhotas”, explica Eloísa para o Jornal da USP.

Fonte: Olhar Digital

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