Saúde

Não gosta de agulhas? Essa pode ser a solução para exames de sangue

Dispositivo libera uma corrente elétrica para ativar glândulas sudoríparas e analisa suor em busca de indicadores de doenças

Por Alessandro Di Lorenzo

Um novo dispositivo utiliza o suor como alternativa ao sangue para realização de uma série de exames. Além de não depender de agulhas e ser totalmente não invasivo, a técnica não exige que o paciente realize intensos esforços físicos para produzir suor em grandes quantidades.
Atualmente, existem dispositivos que podem detectar produtos químicos biomarcadores no suor das pessoas pelo simples contato com a pele. No entanto, são necessárias altas concentrações para correlacionar o suor com o que seria colhido em amostras da corrente sanguínea. Isso significa que os pacientes precisam correr por grandes períodos de tempo em uma esteira ou realizar algum outro tipo de exercício intenso.

Além do esforço, essas atividades normalmente devem ser realizadas em uma clínica especializada e representam uma barreira para pessoas com algum tipo de dificuldade de movimentação. A esperança para superar todos os desafios já citados é a utilização de um sensor que estimula as glândulas sudoríparas a liberarem o suor apenas por meio da aplicação de uma leve corrente elétrica. O dispositivo está sendo desenvolvido por cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia (KIST) e da Universidade Northwestern, em Illinois, nos Estados Unidos.

Ele tem a forma de um pequeno adesivo retangular flexível e é aplicado na pele do paciente. O equipamento é composto por componentes como uma bateria, dois eletrodos, um circuito integrado, canais microfluídicos e sensores colorimétricos. Em sua parte inferior adesiva estão duas seções de hidrogel contendo uma droga conhecida como pilocarpina.

Ao serem ligados, os eletrodos liberam uma corrente elétrica fraca ao hidrogel. Isso aciona a pilocarpina, estimulando as glândulas sudoríparas adjacentes na pele, o que libera suor. Esse suor é transportado através dos canais microfluídicos por ação capilar, indo parar em pequenos reservatórios localizados em cima dos sensores colorimétricos. Se biomarcadores específicos estiverem presentes na amostra, os sensores mudarão de cor.

A tecnologia foi testada em bebês previamente diagnosticados com fibrose cística. Os dispositivos detectaram níveis elevados de cloreto, um indicador confiável da doença, com uma precisão de mais de 98%. Os adesivos também foram precisos na detecção de concentrações de zinco e ferro no suor, que são biomarcadores conhecidos para desnutrição relacionada à fibrose cística. Os dispositivos foram descritos em pesquisa publicada na revista Biosensors and Bioelectronics.

(Foto: Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia)

Fonte: Olhar Digital

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