Veação: conheça os sangrentos espetáculos de caça a animais selvagens da Roma Antiga
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Na Roma antiga, um dos espetáculos mais aguardados pelo povo eram as veações. Realizadas no Coliseu e no Circo Máximo, essas batalhas sangrentas envolviam animais exóticos como leões, ursos e hipopótamos. Em algumas ocasiões, os animais lutavam entre si, em outras, eram colocados contra guerreiros armados conhecidos como venatores ou bestiários.
Essas demonstrações violentas de poder e controle sobre a natureza costumavam acontecer antes das lutas entre gladiadores e serviam para animar o público antes dos eventos principais. As veações têm suas raízes no gosto dos romanos por espetáculos sangrentos, como corridas de bigas e combates entre gladiadores. A origem exata das veações é incerta, mas Plínio, o Velho, descreveu um evento ocorrido em 252 a.C. que envolvia elefantes capturados durante a Primeira Guerra Púnica.
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Inicialmente, esses animais eram exibidos ao público, que nunca tinha visto tais criaturas antes. O historiador romano Tito Lívio também menciona que a primeira veação com caçada encenada ocorreu em 185 a.C., organizada pelo general Marcus Fulvius Nobilior para celebrar suas vitórias na Grécia.
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Para entreter as massas, os romanos importavam animais exóticos de todo o império. Leões, panteras e elefantes do norte da África, ursos de diferentes regiões da Europa, tigres da Pérsia, e crocodilos e rinocerontes do sul da Ásia eram levados a Roma.
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Assim como os gladiadores, os venatores geralmente eram escravos, criminosos ou contratados para lutar. Equipados com armas, eles enfrentavam os animais, que, inicialmente, eram acorrentados para facilitar a matança. No entanto, por volta de 100 a.C., os animais começaram a ser soltos, e paredes altas foram construídas no Coliseu para impedir que eles atacassem o público.
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As veações eram organizadas por vários motivos, incluindo homenagens a divindades, celebrações de vitórias de guerra, e ocasiões importantes como casamentos, funerais e coroações de imperadores. A inauguração do Coliseu em 80 d.C. foi marcada por uma veação de mais de 100 dias organizada pelo imperador Tito, que resultou na morte de mais de 9.000 animais. O imperador Trajano, para celebrar sua vitória sobre os dacianos, promoveu uma veação de 120 dias, levando 11.000 animais a óbito.
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A popularidade das veações começou a declinar nos séculos III e IV, devido à dificuldade crescente de encontrar animais exóticos. Elas continuaram até meados do século VII, deixando um impacto duradouro no ecossistema do império romano. A caça excessiva e a captura de animais para os espetáculos contribuíram para a extinção e ameaça de várias espécies, como o cavalo-selvagem-europeu, o lince-eurasiático, o elefante-norte-africano e o leão-da-barbária. Além disso, a expansão territorial e práticas as agrícolas dos romanos transformaram vastas áreas férteis em desertos, com efeitos ecológicos que persistem até hoje.
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Fonte: Mega Curioso