Saúde

Incidência de câncer cresce entre mais jovens; veja motivos

Pessoas acima de 50 anos são grupo de risco, mas o que preocupa especialistas é o contrário: aumento dos casos nos mais jovens

Por Vitoria Lopes Gomez

Um estudo publicado na BMJ Oncology tem preocupado especialistas: a incidência de câncer tem crescido entre pessoas mais jovens. O grupo, que, antes, não era considerado de risco, viu aumento de 79% nos casos da doença, na contramão da incidência em pessoas mais velhas. Obesidade, consumo de carne e uso prolongado de antibióticos podem ser fatores de risco.
O estudo mostra aumento de 79% dos casos de câncer em adultos jovens. No entanto, segundo Jorge Sabbaga, da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer, isso vem na contramão dos dados mundiais da doença, que vem baixando. Não só o número preocupa. A incidência cresceu em um grupo de pessoas abaixo dos 50 anos, que, antes, não era considerado de risco.

Ao Jornal da USP, Sabbaga explica possíveis motivos para o aumento da incidência entre pessoas mais novas e a diminuição entre as mais velhas. Segundo ele, historicamente, os tabagistas são o principal grupo de risco. Porém, o número cada vez menor de usuários de tabaco justifica a diminuição. Do lado contrário, o que aumentou foram os índices de obesidade, algo que pode causar tumores, principalmente nas populações mais jovens.

Há outros fatores complementares que aumentam as chances de câncer, como sedentarismo e o uso precoce de antibióticos (este último, principalmente em casos de câncer de cólon e intestino, já que desregulam a flora intestinal). Sabbaga menciona também o consumo de carne.

No início do século, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a carne processada carcinógeno tipo 1, a mesma categoria do tabagismo (que, como o especialista lembrou, aumenta o risco da doença). A ingestão a longo prazo e em excesso, além de prender o intestino (mais um fator de risco), aumenta as chances de câncer. A solução é simples:

Evitar comer essas coisas que são carcinógenas e comer coisas que estimulem o ritmo intestinal”, disse Jorge Sabbaga, da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer, em entrevista ao Jornal da USP.

Fonte: Olhar Digital

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