Real brasileiro supera peso argentino e se torna a pior moeda emergente em 2024
Na segunda-feira (17), o real brasileiro ultrapassou o peso argentino por volta das 16h, tornando-se a moeda com pior desempenho entre os países emergentes neste ano. Segundo dados revelados, o dólar acumulou uma valorização de 10,54% em relação ao real em 2024, enquanto registrou um aumento de 10,48% frente ao peso argentino no mesmo período.
Inicialmente, o real liderava isoladamente as maiores desvalorizações frente ao dólar entre as moedas emergentes, porém, no final do dia, a diferença com o peso argentino diminuiu e ambas as moedas fecharam o ano com uma queda de 10,48%.
Fatores por trás da desvalorização
➜ Juros nos EUA: A principal causa do enfraquecimento do real, segundo especialistas, é a perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos. As taxas de juros atrativas no país norte-americano atraem investimentos estrangeiros, valorizando o dólar e desvalorizando moedas como o real.
➜ Risco Brasil: Questões internas também pesam no desempenho do real. O aumento do chamado “risco Brasil”, medido pelo indicador CDS (credit default swap), reflete a percepção do mercado de que há maior chance de o Brasil não conseguir arcar com suas dívidas. Esse cenário, somado à desancoragem fiscal e inflacionária, torna o investimento no país mais arriscado, diminuindo o fluxo de capital estrangeiro e pressionando o real para baixo.
➜ Commodities: O recente enfraquecimento das commodities, como petróleo e minério de ferro, também contribui para a desvalorização do real, já que esses produtos são importantes itens da balança comercial brasileira.
➜ Inflação: A perspectiva de que a inflação brasileira deve avançar em 2024, pressionada por fatores como o cenário fiscal e os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul, também diminui o atrativo do real para investimentos, pois reduz o juro real.
Situação na Argentina
Vale destacar que, apesar da recente aproximação do real com o peso argentino, a moeda brasileira ainda apresenta um desempenho superior em comparação com a Argentina. O FMI, por exemplo, avaliou que o país vizinho precisará elevar seus juros reais para patamares positivos este ano, algo que não era visto há algum tempo.
Fonte: Gazeta Brasil