Cultura

O vento

Em uma noite escura o vento sopra sorrateiro por entre as ruas vazias, porém, ele carrega mais do que se pode imaginar, o próprio mal em forma de sombras que rasteja em busca de um abrigo, um alimento e, principalmente, oportunidades que surgem de mentes desequilibradas. Por horas, o mal caminha para cumprir o seu objetivo. Analítico, ele observa cada fresta e cada porta aberta, observa entre as janelas e paredes, cada espaço entre as cortinas e a brisa que entra nas casas sem permissão. Assim também ele fará, para se ocupar do que o ambiente tem a oferecer.

Cauteloso, ele prossegue pelos cantos escuros e se permite flutuar na direção do vento que segue o seu curso, sem questionar aqueles que também o persegue. Com olhos precisos, o mal encontra a melhor chance da madrugada, uma casa pequena e bem pintada, com janelas azuis que se destacam no branco das paredes. Cortinas claras que balançam diante das fendas de cada janela.
O mal se posiciona bem diante da bela casa branca, respira fundo e sente o que pode ter naquele interior para saciar suas necessidades. Ele toma a decisão ao avaliar aquela passagem inocente que para ele é como uma placa escrita: seja bem-vindo!

Autora: Silvia Vanderss
Conto: O vento
Inédito
Palavras: 205

Silvia Vanderss

Silvia Vanderss

Autora capixaba, com formação em Administração e Letras Seis obras publicadas que abrangem os gêneros, romance, suspense e poesia Blog literário: www.silviavanderss.com.br

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