Ciência

Estrela artificial promete elevar astronomia a um novo patamar

O minúsculo satélite emitirá oito feixes de laser precisamente calibrados

Logo haverá uma nova estrela brilhando no céu noturno, mas esta não será uma obra da natureza. É uma invenção humana, um minissatélite do tamanho de uma caixa de sapatos que promete dar um salto de qualidade no modo como exploramos o Universo.
A Nasa deu luz verde para uma missão de US$ 19,5 milhões para lançar essa “estrela artificial”, que ficará na órbita da Terra e responderá pelo nome de Landolt — o nome é uma homenagem ao astrônomo Arlo Landolt (1935-2022), que compilou catálogos de brilho estelar em 1973, 1982 e 1992, hoje amplamente utilizados pelos astrônomos de todo o mundo.

A tarefa do pequeno nanossatélite é tão simples quanto revolucionária: Ser um farol de luz perfeitamente calibrado para sabermos com precisão a intensidade do brilho das estrelas. A medição precisa da luz dos objetos celestes é um dos desafios fundamentais da astronomia. Até hoje, os astrônomos tiveram que confiar em estrelas reais como pontos de referência para calibrar os seus instrumentos.

O problema é que não há como saber com certeza e precisão quanta luz uma estrela distante realmente emite. É por isso que o Landolt foi projetado. Este engenhoso dispositivo orbital emitirá uma quantidade conhecida e constante de luz, fornecendo aos astrônomos um ponto de referência confiável. Assim como uma estrela, uma estrela artificial, mas com um brilho precisamente conhecido.

Exoplanetas habitáveis
O nanosatélite será posicionado em uma órbita geossíncrona, o que significa que ele permanecerá sempre no mesmo lugar no céu noturno visto da Terra. Deste modo, o satélite aparecerá fixo no céu noturno e será um alvo fácil para os telescópios rastrearem. Ele não será visível a olho nu, mas parecerá uma estrela para os telescópios.

Ele irá emitir feixes de laser com um número preciso de fótons, permitindo aos astrônomos calibrar os seus instrumentos com uma precisão sem precedentes. Mas o impacto desta tecnologia irá muito além da simples calibração de instrumentos: Por exemplo, conhecer exatamente o brilho de uma estrela pode nos ajudar a determinar com mais precisão a temperatura de um planeta que a orbita e, consequentemente, sua habitabilidade potencial.

E isso não é tudo. O Landolt também poderá nos ajudar a resolver um dos maiores mistérios da cosmologia moderna: A natureza da energia escura. Medições mais precisas do brilho de supernovas distantes poderão fornecer pistas cruciais sobre a taxa de expansão do Universo, um dado chave para a compreensão desta força misteriosa que parece estar empurrando o Universo para uma expansão cada vez mais rápida. O lançamento da estrela artificial está previsto para 2029, embora ainda haja fases do desenvolvimento a serem superadas.

Fonte: Inovação Tecnológica

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