Japão estuda trocar caminhões por esteira rolante gigante

Novo projeto deve cobrir o percurso entre Tóquio e Osaka, e tem previsão de entrega para 2034 apenas; autoridades ainda avaliam alternativas

Por Bob Furuya

O Japão é o país com mais idosos no mundo. Se você olhar o gráfico demográfico, a base do desenho (que representa os mais jovens) já é menor do que o centro (os adultos). E o topo (os mais velhos) não é nada pequeno. Aqui no Brasil, só para comparar, nos acostumamos a falar em pirâmide demográfica. Ou seja, um desenho completamente diferente da realidade nipônica.
O governo local conhece todos esses dados e trabalha com algumas possibilidades — várias delas péssimas dentro do campo laboral. Uma projeção indica que até 2030 cerca de 30% das encomendas feitas por japoneses não cheguem ao seu destino final. O motivo? Não haverá quem faça a entrega das mercadorias. Faltarão motoristas para dirigir caminhões pelo país.

E essa não é uma realidade tão distante assim. Já estamos em 2024 e o Japão não parece ter revertido esse déficit populacional. Diante disso, o Ministério da Infraestrutura, Transporte e Turismo teve uma ideia mirabolante, mas que pode funcionar.

Um projeto sobre… trilhos?

• Como não tem mão de obra, o governo japonês estuda criar ligações logísticas automatizadas entre as principais cidades do país.
• Uma das ideias seria uma linha de trem específica para isso, mas ainda assim seriam necessárias pessoas.
• Daí que surgiu uma alternativa um pouco diferente: uma megaesteira rolante.
• Você teria trabalho apenas para colocar e retirar os contêineres.
• De resto, as cargas iriam sozinhas de ponta a ponta.
• O primeiro teste deve ser feito entre a capital Tóquio e a cidade de Osaka.
• Cerca de 500 quilômetros separam os dois municípios.
• Até cogitaram fazer um túnel para cobrir esse trajeto.
• O custo estimado, no entanto, é de US$ 23 bilhões, o que inviabilizou a proposta.
• Especialistas afirmam que a esteira deve suprir o trabalho de cerca de 25 mil caminhoneiros.
• De quebra, a invenção ainda tiraria carros da rua, ajudando no combate à poluição.

Um problema populacional
Como já disse, a segunda maior economia da Ásia (atrás somente da China) é dona da população mais idosa do mundo, com 29% das pessoas com 65 anos ou mais. O Japão também tem uma das taxas de natalidade mais baixas do planeta, com apenas 758.631 bebês nascidos no ano passado. Esse é o menor número desde que os registros começaram no século XIX.

A população atual do Japão, de 124,35 milhões, vem caindo há 13 anos. E a expectativa é que a nação chegue a 2040 com um déficit de 11 milhões de trabalhadores. Além dessa questão de logística sobre a qual falamos neste texto, o governo nipônico deve enfrentar desafios em várias outras áreas. E a tecnologia surge como um caminho para solução desses problemas.
Cientistas têm usado a inteligência artificial  para driblar a escassez de mão de obras na alimentação, no agro e até mesmo na administração pública. As informações são do New Atlas.

Fonte: Olhar Digital