Professora cria oficina de crochê para tirar alunos do celular

Crianças e adolescentes trocam celular por crochê em projeto social no Ceará
Por Renata Dias
O velho hábito das crianças e dos adolescentes com o celular a todo momento cede espaço para horas de crochê graças a um projeto Entrelinha da professora Vanuza Xavier. Os resultados vão desde peças lindíssimas aos ganhos mil para os alunos que passaram a ter mais concentração e criatividade, aumentaram o desempenho escolar e reduziram a ansiedade.
A ideia nasceu na escola pública Napoleão Neves da Luz, no município de Jardim, na região do Cariri, no Ceará. Ao menos três vezes por semana, a turma participa de oficinas de crochê com muita cor e muito capricho. Nesses momentos dedicados ao crochê, o celular fica adormecido sobre a mesa, na bolsa ou no bolso.
O próximo passo? Organizar uma exposição com direito à exibição das belas peças de arte que são cuidadosamente preparadas pelas crianças e pelos adolescentes. Algumas peças já estão prontas: são roupinhas de Barbie. Lindas.

Para os adolescentes e crianças que se dedicam ao crochê em lugar ao celular, outros estímulos são:
• Incentivo ao foco e a atenção;
• Aumento do desempenho escola;
• Mais criatividade;
• Possibilidade de renda extra;
• Menos ansiedade;
• Redução de tempo na frente da telinha do celular.
O projeto social desenvolvido no colégio se a chama Entrelinha e surgiu a partir do conceito das melhorias na saúde mental e, consequentemente, os outros impactos. Idealizado pela professora Vanuza Xavier, o projeto entrelinha são aulas de crochê que acontecem três vezes na semana no horário do almoço. A orientação é das professoras Vanuza e Ana Verônica, ambas professoras da base técnica.
Os estudantes inscritos no projeto recebem um kit básico (1 agulha de crochê, 1 novelo de linha) para iniciar o curso. As turmas são divididas segundo ao nível de conhecimento em crochê (iniciante, intermediário e avançado), com um total de uma aula para cada nível semanalmente. Há no momento 150 alunos de todas as turmas frequentando as aulas. O diretor da escola, Romeu dos Santos Sousa, é só elogios.
A frequência melhorou. As pessoas se sentem bem aqui. Melhoraram rendimentos em matemática, português, porque o projeto tornou a escola mais acolhedora”, disse ele ao Diário do Nordeste.
A aluna Mariana Leite concorda com os benefícios descritos pelo diretor. “Eu passei muito menos tempo no celular. Porque fico ali entretida fazendo a peça”.
Dona Martínia, mãe da menina, disse que a filha mudou para melhor. “Mais criativa, mais produtiva, conversa melhor. Eu acredito muito em projetos sociais dentro das escolas. Porque você está lidando com pessoas. E, a partir do momento em que você interage, isso desperta”.
Jânio Coelho, psicólogo e voluntário no projeto, também só faz elogios. “Os benefícios da própria concentração em fazer os pontos. As pessoas conseguem se concentrar ali, vão se acalmando, relaxando, diminuindo a ansiedade. Isso traz benefícios para a saúde mental”.
Fonte: Só Notícia Boa