PT diz que eleição de Maduro na Venezuela foi “democrática e soberana”
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), compartilhou nota do partido sobre eleições na Venezuela nas redes sociais
Por Camila Abrão
A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou, na noite desta segunda-feira (29), uma nota em que trata o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, como “presidente reeleito”. A legenda de Luiz Inácio Lula da Silva classificou o processo eleitoral no país vizinho como uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a vitória de Maduro após as eleições de domingo (28), sem divulgar as atas de votação para referendar ou não o resultado do pleito. O órgão eleitoral é controlado pelo regime chavista. “Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolás Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela”, afirmou o PT.
Segundo o CNE, Maduro teve 51% contra 44% de Ernesto González, principal candidato da oposição. Na tarde desta segunda (29), a líder oposicionista María Corina Machado declarou a vitória de González. De acordo com Machado, o bloco Plataforma Unitária Democrática (PUD) obteve 73% das atas.
Em meio a perseguição de opositores, PT pede que Maduro “continue o diálogo”
A eleição foi marcada por denúncias de perseguição a opositores do ditador e cerceamento da imprensa pelo regime chavista. No entanto, para o PT, “os graves problemas da Venezuela” são causados, principalmente, por “sanções ilegais”. “Importante que o presidente Nicolás Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais”, disse o partido de Lula.
Após o anúncio do CNE, houve protestos em Caracas contra Maduro. Diversos países evitaram reconhecer o resultado do pleito devido a falta de transparência na contagem dos votos. Diante das críticas, o regime chavista determinou que Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai devem retirar seus representantes diplomáticos da Venezuela.
O PT afirmou ainda que “seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa”.
Governo Lula aguarda divulgação de atas para se manifestar
O governo Lula ainda não reconheceu ou contestou a vitória do ditador e espera a divulgação das atas eleitorais para se manifestar oficialmente. O petista também não comentou o pleito ou o resultado anunciado pelo CNE. O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, acompanhou a eleição e teria reforçado o pedido do governo a Maduro para disponibilizar a íntegra dos documentos.
O Itamaraty orientou a embaixadora do Brasil na Venezuela, Gilvânia Maria de Oliveira, a não comparecer a uma reunião com o ditador. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores divulgou na noite desta segunda (29) um alerta de segurança aos brasileiros que estão na Venezuela.
Veja a íntegra do comunicado do PT sobre as eleições na Venezuela:
“O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana. Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolás Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela.
Importante que o presidente Nicolás Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais.
O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa”.
Fonte: Gazeta do Povo