Comportamento & Equilíbrio

A educação dos seus avós pode afetar seu relógio biológico

O nível de escolaridade de gerações passadas pode influenciar o quão rápido você envelhece, diz novo estudo

Por Nayra Teles

Se gerações passadas de uma família tiveram bom acesso à educação, geralmente a linhagem genealógica se beneficia disso em muitos sentidos. Melhor situação financeira e socioeconômica costumam estar incluídas nesta herança. Mas, aparentemente, não é só isso que pode ser herdado.
Uma nova pesquisa revela que a educação dos avós de alguém pode influenciar a idade biológica dessa pessoa. Ou, em termos mais simples, o quanto o organismo dela envelhece ao longo do tempo.
A investigação analisou amostras de sangue e cotonetes de saliva de 624 mulheres de meia-idade e 241 filhos, com idades entre dois e 17 anos. Informações sobre as mães foram coletadas de outro estudo realizado de 1980 até os anos 1990.

Pesquisas anteriores com animais já mostraram que a saúde pode ser transmitida por várias gerações, dos avós para os netos. Agora, dados humanos comprovam que, além disso, os fatores socioeconômicos dos pais, a educação e o status social dos avós também podem afetar a saúde dos netos.

Nossas células passam por estresses diários que podem alterar seu funcionamento, e essas alterações podem ser influenciadas pelo ambiente vivido por nossos avós. Um processo químico, chamado metilação do DNA, pode não só indicar nossa idade biológica, mas também revelar os estresses enfrentados por gerações anteriores. Através desse método, os cientistas descobriram que o impacto de fatores como a educação pode ser mais profundo do que imaginamos.

A investigação não para por aqui. Para entender melhor o impacto do fator educação ao longo do tempo, a saúde das crianças e jovens participantes do estudo será acompanhada nos próximos anos. O pesquisador Agus Surachman, da Universidade Drexel, nos EUA, espera que as novas descobertas ajudem as pessoas a entender que certas condições de saúde não estão sob nosso controle.

Há muita gente culpando as pessoas por sua saúde precária. Mas a realidade é que a saúde é muito mais complexa do que isso. Alguns fatores estão simplesmente além do nosso controle, como a genética herdada com a qual nascemos. Espero que isso nos ajude a ter mais graça e compaixão por nós mesmos e por nossas comunidades”, pondera Agus Surachman para o Drexel News.

O estudo foi publicado na Social Science and Medicine.

Fonte: Olhar Digital

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